Futuro da empresa brasileira de aviação está sendo construído em conjunto com startups de inteligência artificial
A Embraer busca inovação em todos os seus processos e está definindo o futuro para a aviação nacional, segundo Sandro Valeri, diretor de estratégia de inovação da empresa. Na Inteligência Artificial Conference, da StartSe, o executivo detalhou a visão da Embraer para a próxima geração de aviões: autônomos, elétricos e transmitindo dados em tempo real por meio da rede 5G.
Inovação
Segundo Valeri, adotar uma estratégia de inovação é fundamental para que a Embraer se mantenha na liderança nacional do setor. “Teremos em breve outra fabricante do setor de aviação no país”, afirma em relação à Boeing Brasil, empresa que será criada após a concretização da compra da área de aviação comercial da Embraer pela concorrente norte-americana.
“Estamos mantendo aproximadamente metade da receita ligada a produtos inovadores”, explica Sandro Valeri. “Isto significa que, há cinco anos, 50% da receita que temos hoje não existia. E que, daqui a cinco anos, os produtos que temos hoje serão apenas metade da receita que teremos”.
Desde 2005, a Embraer investe em inteligência artificial para criar novos produtos e otimizar processos internos e externos. Inicialmente, a estratégia era desenvolver as tecnologias “em casa”. Hoje, parcerias e investimentos em startups são os principais instrumentos para promover inovação com IA.
Avião do futuro
Sandro Valeri afirma que a aeronave E2, da Embraer, é o primeiro modelo da empresa que armazena todos os dados obtidos durante o voo e os transmite, ao pousar, para a base do aeroporto. “Hoje, fazemos a transmissão quando ele chega no solo, mas com a rede 5G poderemos fazer isto em tempo real”.
Além da conexão com a internet de alta velocidade, está nos planos da Embraer desenvolver aviões elétricos. Inclusive, estes veículos poderão ser usados em um contexto urbano, como taxi aéreo, e não apenas para viagens de longa-distância. “Já estamos trabalhando nisso, mas vamos começar com híbridos”, revela Valeri.
Para um futuro mais distante, a previsão da Embraer é ter aviões autônomos realizando viagens comerciais. Neste sentido, a empresa já realizou um teste com sucesso no Espírito Santo, em parceria com a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e a startup Motora, na fase de taxiamento (em solo) de uma aeronave autônoma. “Esta é a etapa da jornada do avião com mais desafios para a direção autônoma”, explica o executivo. “No entanto, embora a tecnologia deve estar pronta em alguns anos, tem toda a questão regulatória e principalmente de segurança para realizar voos autônomos comerciais. Precisamos coletar muitos dados”.
FONTE: STARTSE