Em quais áreas Amazon, Google, Facebook, Apple e Microsoft querem inovar

(FOTO: DREW ANGERER/GETTY IMAGES)

Amazon, Google, Facebook, Apple e Microsoft não são apenas as empresas mais valiosas do mundo da tecnologia. Elas também estão impulsionando a inovação que terá um tremendo impacto sobre os negócios e a sociedade no futuro. Mas qual o peso que cada uma tem nas pesquisas de carros autônomos ou com inteligência artificial? Como podemos saber qual o setor de tecnologia que eles priorizam e de onde virão as próximas inovações? Uma boa forma de responder a essas questões é analisar o registro de patentes requisitado por essas empresas. A CB Insights fez isto e apresentou as patentes conseguidas por essas cinco empresas nos últimos nove anos. Um bom indício para descobrir para onde Apple, Google, Facebook, Amazon e Microsoft estão investindo e querem inovar. Confira:

Google está por trás de patentes consideradas prioritárias para diversas áreas, como inteligência artificial em robôs, visão computacional e carros e drones autônomos. Isto para não citar armazenamento em nuvem, dispositivos móveis, tecnologias wearable, fios têxteis tecnológicos, realidade virtual e realidade aumentada e dispositivos inteligentes para casa.

Já a Amazon, de Jeff Bezos, tem o foco em automatizar e aumentar os seus processos de armazenagem e logística. Além disso, busca melhorar a capacidade da assistente de inteligência artificial que criou – a Alexa – em compreender a linguagem humana. A computação em nuvem também está desempenhando um papel importante nas possíveis inovações futuras, principalmente por conta do serviço de computação em nuvem Amazon Web Services.

Facebook está focado na segurança cibernética e em inovações na experiência do usuário e no design de sua plataforma no mobile (o chamado UX e UI). A empresa também está priorizando o rastreamento ocular, a detecção de emoções e a análise de sentimentos para melhorar a publicidade customizada na rede social. Outras patentes do Facebook incluem simulações de realidade virtual e drones.

Os pedidos de patentes da Apple podem ser vinculados a inovações para o iPhone e dispositivos periféricos que podem ser conectados a ele. A Apple também está buscando inovar em termos de realidade aumentada para oferecer novas experiências aos usuários do iPhone iPad.  A despeito disso, é notável, segundo analisa o CB Insights, que a empresa fundada por Steve Jobs está fazendo o maior esforço dentre os as cinco empresas aqui analisadas para estar bem posicionada no futuro da saúde digital. A Apple solicitou uma patente para transformar o telefone em um dispositivo de diagnóstico, além de outra que prevê a realização de eletrocardiograma través de um equipamento portátil e simples.

Microsoft possui a maioria dos pedidos de patente entre as 5 empresas analisadas. As aplicações da empresa estão concentradas na melhoria das operações de desenvolvimento de software, bem como nas inovações relevantes para os dispositivos de hardware da empresa. A Microsoft também se concentrou em computação em nuvem, realidade aumentada, realidade virtual, em integrações na experiência dos serviços oferecidas no mobile, em componentes para veículos aéreos não tripulados e inovações de segurança cibernética.

Inteligência artificial (IA)
O Google solicitou a maioria das patentes de IA: quase 300 desde 2009. A Microsoft segue atrás com cerca 270, seguido da Amazon e do Facebook, cada uma com mais de 70. A Apple tem menos de 30 pedidos de patente. O desenvolvimento de todas elas, porém, foca no machine learning (aprendizado em máquina) que, dentre outros aspectos, visa ensinar aos computadores a visualizarem e classificar em imagens, bem como entender e reagir à linguagem humana natural. A ideia é conseguir prever o comportamento do usuário – para oferecer experiências altamente personalizadas. As aplicações para patentes de IA se concentram em habilitar robôs inteligentes, carros autônomos, aviões de entrega automatizados, assistentes de inteligência artificial. Reconhecimento facial é prioridade para Google, Facebook e Microsoft.

Carros e drones autônomos
O Google domina quase 500 patentes desde 2009. A Amazon segue em segundo lugar com cerca de 150 requerimentos, que envolvem principalmente serviços de entrega de produtos. Já a Apple solicitou um pouco mais de 70. Enquanto a Microsoft ficou em quarto lugar com menos de 70 patentes solicitadas.  O Facebook está em último lugar neste quesito, tento solicitado apenas 10 patentes de veículos autônomos ou drones durante o mesmo período de tempo.

O Google é, segundo análise da CB Insights, o mais próximo de conseguir desenvolver um carro autônomo, através das tecnologias aplicadas na Waymo, empresa da Alphabet. Tanto o Google quanto a Microsoft estão em busca de inovações para sensores nos carros autônomos que aumentem a segurança do passageiro, bem como detecção e a amplitude da luz – para melhorar tomada de decisão.

Considerando os drones, a Amazon é a mais avançada de todas quando o assunto é o uso de drones autônomos para entrega de pacotes nas cidades. A empresa está claramente olhando para um futuro em que drones fazem entregas em sua casa. Isto é evidenciado por pedidos de patentes para dispositivos de segurança que podem detectar quando seres humanos ou animais de estimação se aproximam dos objetos voadores, dispositivos para amarrar os pacotes e outros que amortecem os sons produzidos pelos drones.

Sem dúvida, a experiência da Amazon em entrega e logística é uma vantagem sobre a concorrência. Mas, o Google está correndo atrás da desvantagem explorando vários usos dos veículos aéreos não tripulados. Recentemente, patenteou um sistema que controla o drone quando ele interage com a pessoa que recebe a entrega. A empresa também tem diversas ideias e patentes para montar uma frota de drones focada em oferecer serviço médicos. Já o Facebook, está buscando soluções que permitam que estes drones levem internet para áreas remotas e ainda não conectadas do planeta.

Segurança cibernética 
A Microsoft tem de longe o maior número de pedidos de patentes de segurança cibernética: 900 desde 2009. A maioria é para a segurança de redes corporativas em geral. O Google vem em segundo lugar com cerca de 650, seguido da Apple com aproximadamente 530 e a Amazon com quase 450. O Facebook requisitou quase 90 patentes. Todas as empresas possuem pedidos de patentes relacionados ao gerenciamento de identidade e acesso para garantir a identificação pessoal dos usuários e impedir o acesso não autorizado às contas. A segurança para ambientes de computação em nuvem, criptografia de dados e autenticação também são temas comuns.

Realidade virtual e aumentada 
A Microsoft solicitou mais de 600 patentes de realidade virtual (RV) e aumentada (RA), enquanto o Google cerca de 400, a Apple e Amazon cerca de 250 e o Facebook quase 100. Essas empresas veem os benefícios dessas tecnologias para jogos e entretenimento. Cada uma delas tem pelo menos um pedido de patente em 2017 a este respeito. Também existem inovações para o futuro do trabalho. As cinco empresas estão projetando hardwares e softwares para fazer simulações RA/RV em áreas que podem aumentar diretamente a produtividade no mundo real. Isso inclui até displays montados na cabeça para trabalhadores em centrais de atendimento.

Futuro da saúde
Pelo menos três das cinco empresas estão lutando para estar bem posicionada no setor de saúde. A Microsoft possui o maior número de patentes nos últimos nove anos com pouco mais de 120 aplicativos. Apple e Google estão lado a lado: 40 pedidos de patentes cada uma desde 2009. Essas empresas, como analisa o CB Insights, possuem uma enorme vantagem em relação aos outros operadores históricos do setor de saúde como hospitais e farmácias: não precisam perseguir os reembolsos das seguradoras. Em vez disso, podem se dar ao luxo de estarem focadas apenas na experiência do paciente e nos resultados do paciente.  A Amazon possui uma patente para detecção de frequência cardíaca em um dispositivo sem fio. Microsoft, Apple e Google estão todos preocupados com a coleta, disseminação e análise automática de registros eletrônicos de saúde (RES). No entanto, cada empresa possui seu próprio caminho único para coletar e sintetizar os dados pessoais de saúde dos usuários.

FONTE: ÉPOCA NEGÓCIOS