Em primeiro aporte internacional, Oxygea investe US$ 1 milhão em startup de reciclagem de plásticos

A Oxygea, fundo da Braskem, investiu na Circular.co, startup americana que funciona como um marketplace para conectar fornecedores a grandes fabricantes e varejistas.

Oxygea escolheu a sua primeira startup internacional: a americana circular.co. Fundo de corporate venture capital e venture building da Braskem, o veículo foi aberto com um cheque de US$ 150 milhões para investir em startups com soluções relacionadas à neutralidade de carbono, economia circular, energia renovável e novos materiais.

A startup americana, criada em São Francisco, em 2022, trabalha com plástico reciclado, promovendo a circularidade do material, conhecido no mercado como PCR (Post-consumer recycled plastic). A plataforma funciona como um marketplace e conecta mais de 9.000 fornecedores de plástico reciclado a empresas que procuram novos canais de vendas, como IKEA, Danone e Pepsico.

Qual é o modelo de atuação da Circular.co

No banco de dados, a startup tem mais de 50.000 itens registrados, catalogados a partir de soluções de IA com informações sobre preço, especificações e volume de materiais disponíveis para a comercialização.

No quarto trimestre do ano passado, a empresa transacionou 35.000 toneladas de material, com um valor que supera os US$ 43 milhões. A startup foi criada por Ian Arthurs, executivo que ocupou posições de liderança em empresas como Medium, Airbnb e Google.

A ponte entre a Circular.co e a Oxygea foi feita pela Touchdown Ventures, parceira do fundo na busca por negócios globais para investimento. Pela estimativa do veículo, a maior parte dos US$ 100 milhões, valor dedicado ao braço de CVC, será aportada em startups estrangeiras.

“A grande parte do capital vai para fora porque é onde estão os negócios que têm mais maturidade e com rodadas mais significativas”, afirma Paulo Emediato, CMO da Oxygea. Os outros US$ 50 milhões estão sendo aplicados no braço de venture building, com os programas de aceleração e incubação.

A Oxygea colocou US$ 1 milhão – R$ 5 milhões, pela cotação atual – na startup, como parte de uma rodada de US$ 5,3 milhões que teve a participação dos fundos Maniv Mobility e a Eclipse Ventures. 

A iniciativa é a segunda tranche de uma movimentação que já tinha captado US$ 5,2 milhões, com liderança da Eclipse. No total, os recursos somam US$ 10,5 milhões.

Até agora, a Oxygea, em operação desde 2023, desembolsou US$ 7 milhões de todo o capital que tem à disposição. “A expectativa para este segundo ano é que, com processos já mais estruturados e com mais interação no ecossistema, a prática de investimentos seja amplamente intensificada e acelerada”, disse Artur Faria, CEO da Oxygea, recentemente à EXAME.

Como os recursos serão usados 

Com o caixa abastecido, a Circular.co prevê investimentos para aprimorar a tecnologia e atrair mais clientes para a plataforma, entre fornecedores de materiais e grandes companhias.

Na estratégia, também está a inclusão de outros materiais recicláveis, como papéis e metais. Em paralelo, os planos passam por chegar a outros destinos. A operação está concentrada atualmente nos mercados americano e europeu.

Como nova investidora, a Oxygea pretende facilitar a entrada da startup no Brasil e no restante da América Latina, usando o poder de conexão da Braskem, a corporação-mãe por trás do fundo.

“A nossa entrada viabiliza isso de alguma forma, dado a nossa rede local de conhecimento com fornecedores, mas também clientes potenciais. Esse é um dos principais ângulos que queremos ajudar nesta expansão global”, afirma Vitor Moreira, gerente-geral da Oxygea e quem liderou a negociação para o investimento.

A relação com a startup deve passar ainda pelo uso da plataforma pela Braskem, até para gerar massa crítica sobre eventuais melhorias. A petroquímica também vai contribuir para com os protocolos de avaliação de matérias, ajudando a startup a melhorar a análise dos produtos que são ofertados em sua plataforma.

FONTE: https://exame.com/negocios/oxygea-da-braskem-faz-o-seu-primeiro-investimento-internacional-e-escolhe-uma-startup-americana/