ELE CRIOU FINTECH PARA PAIS MONITORAREM A ALIMENTAÇÃO DOS FILHOS NA ESCOLA

A Nutrebem, comandada por Henrique Mendes, atende 202 escolas pelo Brasil e já movimentou R$ 20 milhões em compras

Henrique Mendes, sócio da Nutrebem (Foto: Divulgação)

Com dois filhos pequenos em casa, Henrique Mendes, 47 anos, sabe que é preciso ser criativo para oferecer uma alimentação saudável e de qualidade para as crianças. Hoje, o empreendedor ajuda outros pais nesse desafio: ele é sócio da Nutrebem, uma conta digital que pode ser usada em cantinas. Com o serviço, os pais controlam os gastos e os alimentos consumidos pelos filhos. A empresa está em 202 escolas e movimentou R$ 20 milhões em compras no ano passado.

Mendes fez carreira na Ambev. Trabalhou na empresa por 16 anos – entrou como trainee e chegou a ocupar cargos executivos internacionais.

Mas cansado do mundo corporativo, saiu da empresa em 2011 e começou a investir em startups. Uma delas foi a Nutrebem.

A empresa surgiu em 2012 com outros fundadores. Mendes, por sua vez, foi um dos investidores-anjo do negócio. Na época, a Nutrebem ficava no interior do Rio de Janeiro e tinha acabado de se mudar para a capital, a fim de se desenvolver mais rapidamente.

Naquele momento, a plataforma era apenas um meio de pagamento e um aplicativo de gestão de cantinas, mas já conquistava seu espaço no mercado.

A Nutrebem desenvolveu um algoritmo próprio para indicar os valores nutricionais dos alimentos (Foto: Divulgação)

Em 2014, entretanto, o modelo de negócio da companhia começou a perder tração: a tecnologia desenvolvida pela empresa não conseguia mais acompanhar o ritmo de crescimento de clientes, o que tornou a plataforma lenta.

Até ali, além de sócio, Mendes fazia parte do conselho administrativo da Nutrebem, mas foi chamado pelos fundadores para assumir a empresa. Em agosto do mesmo ano, virou dono do negócio. “A partir daí, eu percebi que era mais empreendedor do que investidor”, diz Mendes.

Novos tempos

Quando assumiu a empresa, Mendes mudou o modelo de negócio. Antes, quem pagava a plataforma era a escola, mas hoje em dia é a cantina.

Além disso, a Nutrebem contratou uma nutricionista para aconselhar os pais sobre a alimentação dos seus filhos. Criou ainda um algoritmo, que, levando em conta o frescor e os nutrientes dos alimentos, classifica-os como muito nutritivos, moderados ou pouco nutritivos. “Quando entramos na escola, nós mapeamos o cardápio e trabalhamos para oferecer produtos mais nutritivos”, afirma Mendes.

Em outubro, três meses depois de Mendes chegar, a Nutrebem começou a nova operação.

A plataforma opera em 202 escolas particulares no Brasil (Foto: Divulgação)

A partir daquele momento, a empresa virou fintech – tornou-se uma conta digital para cantinas escolares com acompanhamento nutricional. “Queremos dar mais segurança alimentar e financeira para os responsáveis pelas crianças”, afirma Mendes.

A empresa não abre o faturamento, mas só em 2018, a Nutrebem transacionou aproximadamente R$ 20 milhões. Sobre cada pagamento feito pela plataforma, a startup fica com uma taxa de 8,5% no valor gasto. A plataforma opera em 202 escolas, sendo 60% delas localizadas no estado de São Paulo.

Por enquanto, a Nutrebem trabalha apenas com colégios particulares e não tem planos de expandir para a rede pública.

Nutrição

A parte nutricional do aplicativo era muito importante para Mendes. Sabendo como é difícil fazer com que crianças comam alimentos de qualidade, ele investiu em uma tecnologia que tornasse possível saber o que eles comem.

FONTE: PEGN