ELE ABANDONOU O MERCADO FINANCEIRO PARA FUNDAR UMA STARTUP QUE FACILITA O APRENDIZADO INFANTIL

Claudio Sassaki, 44, é fundador da Geekie, empresa que cria sistemas personalizados e está presente em mais de 350 escolas do Brasil

Claudio Sassaki, fundador da Geekie (Foto: Franco Almeida)

Claudio Sassaki, de 44 anos, saiu do mercado financeiro para empreender no mundo da educação. Ele abriu de cargos em bancos como Credit Suisse e Goldman Sachs para investir no instável mundo das startups. Mas não se arrependeu. Muito pelo contrário, obteve sucesso.

Hoje o sistema da Geekie, empresa que desenvolve sistemas personalizados para o aprendizado infantil, está presente em 350 escolas particulares do Brasil.

Em entrevista a PEGN, Sassaki fala sobre a relação dele com seus antepassados e sobre o futuro do seu negócio.

Confira o depoimento:

“A comunidade japonesa no Brasil valoriza muito a educação. Como os imigrantes vieram para cá em condições difíceis, a formação era vista como uma maneira de garantir um futuro melhor para filhos e netos. No meu caso, foi mesmo. Sou neto de japoneses que emigraram na década de 30.

Sempre me saí bem na escola. Fui o primeiro colocado no vestibular da Universidade de São Paulo, nos anos 90, quando me inscrevi para o curso de arquitetura. Para ganhar uns trocados durante a faculdade, dava aulas particulares — e me apaixonei por essa atividade. Depois de fazer um MBA nos Estados Unidos, acabei indo parar no mercado financeiro.

Por quase dez anos, trabalhei em bancos como o suíço Credit Suisse e o americano Goldman Sachs. O desafio intelectual desse tipo de atividade é incrível, mas eu não gostava da cultura de banco. Passei a questionar que tipo de retorno eu estava dando para a sociedade. Eu, que sempre me interessei por educação, comecei a estudar o uso da tecnologia nas escolas.

A vontade de empreender nessa área cresceu, até que eu e meu sócio, Eduardo Bontempo, criamos a Geekie, em 2011, com a proposta de oferecer um aplicativo capaz de substituir o material didático das escolas. Não fui o primeiro empreendedor da família. Meu avô materno veio para trabalhar no campo, no Pará, mas logo se mudou para São Paulo, onde teve um mercado de produtos japoneses, primeiro em Lins e depois em Diadema.

Tenho uma lembrança boa da infância, de ajudá-lo a embalar biscoitos e balas na garagem de casa. Um aspecto importante da cultura dos japoneses é zelar pelo nome e pela reputação da família. Isso se reflete na forma como conduzo os negócios. Trabalhamos duro para conquistar a confiança de fornecedores, clientes e investidores.

Prova disso é que, quando realizamos nossa primeira negociação com fundos, os aportes foram feitos na empresa três meses antes de um contrato ter sido formalizado. Hoje, o sistema da Geekie está presente em 350 escolas particulares no Brasil. E isso é motivo de orgulho, não só para mim, como para meus antepassados.”

FONTE: PEGN