Ela investiu R$ 28 para criar tops básicos e hoje tem e-commerce que vende 4 mil peças no ano

Hoje com 21 anos, Olga Milena comanda a Hibisco Beach. A jovem começou o negócio depois de não encontrar um produto que queria comprar.

Olga Milena, de 21 anos, é a fundadora da Hibisco Beach Divulgação

O investimento de R$ 28 e uma máquina de costura emprestada da madrinha foram suficientes para que Olga Milena começasse seu negócio aos 18 anos. O valor foi usado na fabricação de três tops — a origem da Hibisco Beach, e-commerce de roupas com sede em Eunápolis, cidade do interior da Bahia. Em 2022, a empresa vendeu 4 mil peças com valores entre R$ 50 e R$ 200.

Hoje com 21 anos, Olga começou a empreender motivada por um gap que observou no mercado. “Em outubro de 2019, fui convidada para a festa de aniversário de uma amiga e queria muito usar um top básico, mas não encontrei em nenhum lugar da minha cidade”, diz a empreendedora. Ela postou a foto de uma peça em sua página do Instagram e pediu sugestões de lugares em que poderia comprar os produtos.

Olga não recebeu nenhuma mensagem com indicação de loja. No entanto, mais de 15 amigas entraram em contato com ela dizendo que queriam comprar um top daquele tipo. A jovem, que cresceu no meio de costureiras na família, decidiu que fabricaria os produtos, e pediu uma máquina de costura para a sua madrinha.

“Cresci vendo as pessoas costurarem. Ninguém me ensinou, mas eu aprendi só de olhar”, diz a empreendedora, que conseguiu costurar o top na primeira tentativa. “Era muito simples e básico. Não tinha uma modelagem complicada.”

Olga então criou uma página no Instagram para divulgar o produto. “Foi fácil vender porque já tinham meninas interessadas quando postei o pedido de indicação”, afirma. “Vendi cada top por R$ 30. Todos os dias recebia mensagens de pessoas interessadas em comprar. Moro em uma cidade pequena em que é difícil encontrar lojas com variedade de peças e o top teve uma recepção muito boa.”

Na época, a jovem estava estudando para prestar vestibular de Medicina e, quando não foi aprovada, decidiu que se dedicaria ao novo negócio por pelo menos um ano para ver se tinha potencial. No início de 2020, com a ajuda do pai advogado e da mãe contadora, iniciou os trâmites para começar o negócio e criou o CNPJ.

Olga conta que as próprias clientes a incentivaram na criação de novas peças, dando sugestões de cores e formatos. Então, a empreendedora desenvolvia os modelos. “Depois do primeiro top, a modelagem ficou muito difícil. Ainda bem que eram peças pequenas, porque o desperdício de tecido era muito grande. Foram pelo menos 15 tentativas em cada peça até dar certo”, afirma. Quando tinha dúvidas de produção, falava com outras costureiras ou assistia a vídeos de tutorial no YouTube. A venda era exclusivamente pelo e-commerce.

Depois de um ano de negócio, a empreendedora decidiu que seguiria com a marca. “Sempre fui apaixonada por moda, mas não imaginava que trabalharia com aquilo. Então não quis parar”, afirma. Também nessa época, ela aumentou a variedade de peças e criou um kimono, uma calça pantalona e um short saia. Hoje, também oferece macaquinhos e saias.

O negócio conta com cinco funcionários além da fundadora. Olga tem diversas funções, cuidando da administração, das finanças e da comunicação nas redes sociais — ela também é modelo das peças. Na produção, faz questão que até os retalhos sejam aproveitados, e faz doações para os artesãos de sua cidade que produzem tapetes, cortinas, capas de colchão e outros itens.

A jovem não tem planos de montar uma loja física, mas não descarta a possibilidade. “Sigo o que as minhas clientes pedem. Se sentir que existe uma demanda eu posso abrir, mas estou satisfeita focando apenas na internet”, afirma. A empreendedora também não pretende voltar ao plano de cursar Medicina, e agora cogita iniciar uma faculdade em algo que a auxilie em seu negócio, como um curso de Marketing.

FONTE: https://revistapegn.globo.com/mulheres-empreendedoras/noticia/2023/01/ela-investiu-r-28-para-criar-tops-basicos-e-hoje-tem-e-commerce-que-vende-4-mil-pecas-no-ano.ghtml