Ela começou vendendo roupas no Brás e hoje fatura mais de R$ 600 mil com e-commerce de moda básica

Fabiana Siqueira, fundadora da Bamboo, decidiu fechar loja física para focar exclusivamente no digital, que era mais rentável.

Daniel e Fabiana Siqueira, casal por trás da Bamboo Arquivo Pessoal

O caminho de Fabiana Siqueira, de 42 anos, no empreendedorismo não foi simples. A carioca abriu seu primeiro negócio, uma marca de calçados, por necessidade – e depois teve de encerrá-lo. Mais tarde, ela fundou a Bamboo, hoje um e-commerce focado em roupas básicas femininas, com modelagens amplas que permitem movimento. A empresa encerrou 2022 faturando R$ 640 mil.

O resultado também veio acompanhado de desafios. Siqueira chegou a abrir uma loja física para a marca, mas se viu obrigada a fechá-la apenas um ano depois por falta de rentabilidade. Percebeu, então, que o futuro da empresa estava no mundo digital. Junto ao marido e sócio, Daniel Siqueira, ela vem aumentando a aposta nesse formato.

Antes de empreender, Siqueira trabalhava na parte administrativa de uma empresa de energia. Em 2013, a organização faliu e ela foi demitida. “Como eu não tenho graduação na faculdade, achei muito difícil me recolocar no mercado de trabalho com o mesmo salário”, diz Siqueira, que percebeu que seria mais vantajoso ter seu próprio negócio.

No mesmo ano, ela abriu uma loja de calçados. “Com um investimento de R$ 5 mil, abri um box em uma galeria”, conta. No entanto, no ano seguinte, a empreendedora teve uma gravidez de risco. “O movimento na loja não era bom e eu estava vendendo sozinha. Era muito desconfortável vender sapatos em um espaço tão pequeno”, afirma Siqueira, que decidiu fechar o empreendimento em 2014.

Depois do nascimento do filho, ela começou a fazer trabalhos como freelancer na área administrativa da nova empresa de seu antigo chefe. Ainda assim, manteve o sonho de gerir seu próprio negócio. A oportunidade surgiu em 2018, quando uma amiga que era sacoleira do Brás, em São Paulo, sugeriu que elas começassem juntas um negócio de roupas femininas variadas. Mais uma vez, ela iniciou as vendas em um box em uma galeria.

“Mas no mesmo ano já entendemos que a sociedade não estava funcionando, porque ela já tinha outra empresa, e as coisas não estavam indo muito bem. Tentei manter o negócio no mesmo formato até o início de 2019”, diz a empreendedora, que cogitava fechar a loja no box. Em abril naquele ano, ela decidiu repaginar o empreendimento, e investiu em vendas em feiras de moda.

Bamboo: marca aposta em modelagens amplas — Foto: Divulgação

Então, em uma visita ao Brás, teve a ideia de vender peças mais básicas e com formatos mais leves — como as que vende atualmente. “Vendi tudo muito rapidamente em um evento. Percebi que era neste tipo de peça em que eu devia apostar. Consegui encontrar o meu nicho”, afirma. Mais animada com o negócio, Siqueira apostou com força no Instagram e passou postar fotos dos produtos com frequência.

“As fotos começaram a ter um engajamento muito rápido pelo Brasil, e passei a fazer vendas pelo WhatsApp também”, diz a empreendedora. “Continuei vendendo em feiras, e o negócio foi crescendo aos poucos.”

No final de 2019, Siqueira chegou à conclusão de que conseguiria ter uma rentabilidade maior se cuidasse da produção das peças. Entrou em contato com uma costureira para ajudá-la, que a apresentou a uma modelista para auxiliar no desenvolvimento das roupas. “Gradativamente, fui substituindo a revenda pela minha própria confecção”, afirma. “Como não sou estilista, busco diversas referências e uso a expertise de todos os anos de erros e acertos do negócio”.

Focando em vendas pela internet, a empreendedora teve a ideia de abrir uma loja física como forma de ter mais credibilidade com clientes de outros estados. Em outubro de 2020, inaugurou o espaço. “Mas a loja nunca chegou a se sustentar sozinha, e era necessário tirar do faturamento do e-commerce para bancar.”

Depois de um ano insistindo no modelo, Siqueira percebeu que estava retirando muito do negócio virtual, e que não valia a pena continuar mantendo o espaço. Em 2021, a empresa faturou R$ 450 mil, sendo que R$ 300 mil eram oriundos de vendas na internet. Então, ela fechou a loja física em dezembro do mesmo ano. “Vi que era mais vantajoso alugar um espaço para ser o escritório e expandir o e-commerce”.

Com foco total nas vendas digitais, a empreendedora conseguiu aumentar o faturamento, chegando aos R$ 640 mil em 2022. No próximo ano, ela pretende dobrar a equipe e se mudar para um escritório maior.

FONTE: https://revistapegn.globo.com/mulheres-empreendedoras/noticia/2023/01/ela-comecou-vendendo-roupas-no-bras-e-hoje-fatura-mais-de-r-600-mil-com-e-commerce-de-moda-basica.ghtml