Educação desconstruída será capaz de formar os profissionais do futuro

O maior risco que corremos atualmente é o de perder a oportunidade de formar de maneira ampla e completa os profissionais que, em poucos anos, estarão inseridos nas mais diversas atividades, pois os processos de seleção estão cada vez menos focados na formação técnica e cada vez mais no conjunto de habilidades que o candidato consegue desenvolver e aplicar dentro de uma organização.

Mesmo com as recentes reformas da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o sistema dos principais vestibulares do País e do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) permanece com o mesmo escopo, exigindo dos participantes conhecimento amplo e profundo nas matérias tradicionais e horas e mais horas de estudo. Ou seja, o modelo atual continua sendo uma barreira para que as escolas deem espaço para matérias não tradicionais, como a robótica e STEM – sigla em inglês para Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática -, ao invés de garantir apenas a entrada dos alunos nas universidades.

Segundo dados do último Fórum Econômico Mundial, até 2020, mais de 1/3 dos principais conjuntos de habilidades necessários para a maioria dos empregos incluirão aquelas que não são consideradas cruciais hoje. Em muito menos tempo do que imaginamos, precisaremos de profissionais capazes de identificar e compreender problemas, de questioná-los, e de pensar em diferentes cenários e nas respostas possíveis. E, o maior diferencial será daquele profissional que conseguir desenvolver tudo isso com rapidez e resiliência, compreendendo que a mecânica de tentativa e erro faz parte do processo.

Outro dado interessante aponta que 65% das crianças que entram na escola hoje acabarão trabalhando em empregos que ainda não existem – mais um indicativo de que elas devem ser educadas de maneira diferente. O relatório ainda ressalta que tendências tecnológicas, como a Quarta Revolução Industrial, criarão diversos papéis novos e multifuncionais para os quais os funcionários precisarão de habilidades técnicas, sociais e analíticas.

A chave para moldar estudantes prontos para encarar o novo mercado de trabalho é ensinar aos alunos desde cedo a viver – e aprender – nas interseções. A habilidade mais importante é uma meta-habilidade: a capacidade de se adaptar às mudanças. Aqueles que se adaptarem melhor e mais rápido sairão na frente.

* No final do ano passado, a gestão Dória incluiu no currículo dos alunos desde o 1° ano do Ensino Fundamental das EMEFs as disciplinas de robótica e aulas de habilidade socioemocionais (laboratórios de Educação Digital), a fim de alinhá-lo à Base Nacional Comum Curricular em 2018.

FONTE: SEGS