Uma “cápsula” para diagnosticar e simultaneamente tratar doenças, técnicas para detetar cancros e tratá-los “à medida” e com menos custos são algumas das capacidades da nano medicina que vão ser apresentadas no NanoMed Europe2019, em Braga.
evento acontece no Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL), em Braga, entre a próxima segunda e quarta-feira, contando com mais de 300 participantes de 30 países, entre cientistas, fornecedores de tecnologia, empresários, médicos e decisores políticos.
“Existem sistemas já muito avançados, tanto de diagnóstico, como terapêutico, com boas performances, mas existe uma falha na passagem para a prática clínica. É o principal entrave, demora muito tempo a chegar do laboratório ao doente. Era importante uma translação mais rápida para a utilização clínica”, apontou.
Segundo acredita o investigador, a nano medicina pode mudar a forma como se encontra, trata e se vive com a doença, provocando “uma revolução no sistema de saúde tal como se conhece agora”, na procura de sistemas de diagnóstico e tratamento mais eficientes, que permitam um “tratamento mais específico” de certas doenças com “efeitos secundários gravosos”.
Além dos benefícios médicos e de bem-estar, o investigador realçou a mais-valia para a sustentabilidade dos sistemas de saúde: “Se se ajustar as doses, não só para serem mais eficazes, como para diminuir os efeitos secundários, vai-se poupar na quantidade de drogas e no tratamento dos efeitos secundários, que, na maior parte dos casos, é o que fica mais caro tratar.
Tendo o cancro por base, poderá vir a ser possível, no futuro, criar cápsulas comandadas como mísseis nucleares, exemplificou o investigador.
“Ainda não conseguindo isso, vamos conseguindo tratamentos mais eficazes pelo facto de dirigir o medicamento ao seu alvo, como se tivesse um GPS”, apontou.
Com isto, “será possível reduzir os dias de internamento do doente, a dor e isso terá como vantagem libertar verbas”.
Quanto ao diagnóstico, Manuel Banobre salientou que a nano medicina se está a debruçar no “desenvolvimento de técnicas não invasivas de diagnóstico, imagens clínicas, diagnósticos precoces, mais precisos, com mais contraste, por exemplo, nas tecnologias que envolvem imagem”.
O NanoMed Europe2019, considerado o maior e “principal evento europeu de nano medicina”, pretende ainda “ajudar a preparar o “Horizon Europe”, o próximo Programa de Trabalho da Comissão Europeia, a partir de 2021.
Organizado em parceria com a Plataforma Tecnológica Europeia de Nano medicina (ETPN), o evento visa apresentar os mais recentes desenvolvimentos em nanotecnologia aplicados às ciências médicas e à prática clínica, com ênfase para a sustentabilidade dos sistemas de saúde.
FONTE: NOTÍCIAS DO MINUTO