‘Drones são o futuro’, diz co-fundador do Mirante Lab

No Wired Festival, crianças aprendem a construir com peças feita em impressora 3D um mini drone que decola e pousa direto da mão do usuário – Pablo Jacob / Agência O Globo Leia mais: https://oglobo.globo.com/sociedade/tecnologia/drones-sao-futuro-diz-co-fundador-do-mirante-lab-22142417#ixzz50a7KZauc stest

RIO – Aprender o passo a passo da construção de um drone e pilotá-lo. Esse foi o objetivo do primeiro workshop realizado neste sábado, o segundo dia do Wired Festival, na Cidade das Artes, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. O co-fundador do Mirante Lab e pesquisador de drones, Carlos Candido, conversou com o público sobre a legislação, curiosidades e sobre o futuro dos drones no mundo. O festival é realizado pelas Edições Globo Condé Nast e O GLOBO, com patrocínio da Petrobras, Embratel, Grupo Pão de Açúcar e Braskem, apoio de Cerveja Sol e apoio institucional da Cidade das Artes.

Segundo Carlos, o interesse por voos vem desde a infância. Já a paixão pelos drones, aconteceu à primeira vista e influenciou na mudança de carreira e criação do Mirante Lab, laboratório de tecnologia e arte.

— Eu tinha desde criança a vontade de fazer algo voar. Desde pequeno eu pegava carrinhos e tentava colocar uma hélice. Quando eu cheguei mais perto, embolei todos os fios e foi caótico. Quando descobri os drones, fiquei impressionado. Quando vi um drone voando a primeira vez falei: ‘cara, isso é muito legal’. Foi um encantamento instantâneo. O Mirante Lab vem disso também — disse.

Com lotação máxima e plateia repleta de adolescentes e adultos interessados pelos aeromodelos, Carlos apresentou algumas curisiosades sobre o mercado de drones e trouxe um modelo ‘Spark’ da tecnologia para que o público pudesse ver antes da montagem do próprio drone. O empresário contou ainda sobre projetos realizados pelo Mirante Lab com a tecnologia.

Drones são usados, hoje, para fornecer serviços e até como atividade esportiva – Leo Martins / Agência O Globo

— Uma atividade que a gente usou o drone foi no combate ao mosquito da dengue. Ano passado, em parceria com a Prefeitura de São Paulo, usamos o drone para buscar focos do mosquito. Sobrevoamos e achamos diversos pontos como desmanche de carros, piscinas que eram grandes focos, caixas d’água sem tampas. Foi bem importante. Com esse projeto, munimos a ANAC de informações para conceder a autorização de voo. Houve uma autorização específica para este projeto. A partir daí, outras prefeituras começaram a solicitar e há um procedimento na ANAC para isso hoje — afirmousse.

Carlos ainda falou sobre a popularização do drone e de como a tecnologia virou um esporte. A Mirante Lab foi responsável pela primeira corrida de padrão internacional no Brasil. — O drone também virou esporte. Hoje temos a corrida de drones. É um drone especial, que chega a 150 km por hora. É uma modalidade que está ficando cada vez mais popular. Em Dubai houve uma corrida que teve como prêmio um milhão de dolares para o vencedor — contou.

Carlos Candido é co-fundador do Mirante Lab e é doutor em computação – Agência O Globo

No Brasil, os drones podem atingir a altura máxima de voo de 120 metros e precisa ser regulamentado pela ANAC e ANATEL para voo. Segundo Carlos, o mercado de drones deve alcançar a marca de 127 bilhões de dólares em 2020. Hoje, já são testados para outras atividades além do entretenimento e filmagens.

— Acho que o futuro dos drones será em termos de transporte de cargas. Já existem alguns casos. Na África já há casos em que um drone leva sangue para hospitais. Outras empresas já estão testando entregas. Acredito também nos drones para transporte de pessoas. Já há protótipos e estudos. Acho que será algo mais lento, mais irá acontecer. Os drones são o futuro. Eles ficarão cada vez menores também. Poderemos ter um enxame de drones, sem controle central. Acredito que isso seja o futuro também. Esse enxame é o que quero fazer. Onde quero chegar — disse, confessando que estava dando “spoilers” sobre projetos futuros.

A montagem dos drones aconteceu no final do workshop e animou, ainda mais, o público, que foi dividido em cinco grupos. Cada equipe montou seu próprio drone, com peças impressas em uma impressora 3D, de acordo com as instruções de Carlos.

Dono de um estúdio que atua na produção de impressões 3D, o empresário Andre Bahia, de 35 anos, já desenvolveu carros e artigos de decoração com a impressora. O próximo passo, segundo ele, era a montagem de um drone.

— Já trabalho com isso, mas queria muito aprender a fazer um drone. Brinquei muito com aeromodelos quando era menor e meu pai era piloto. É uma paixão de infância. O workshop foi bem legal para a gente ter uma ideia de como é a montagem do drone — contou.

O drone montado ao final tinha autonomia de cerca de 7 minutos e as equipes puderam fazer os curtos voos pela área do festival. Ao fim do workshop, os cinco modelos montados foram sorteados entre as equipes.

Interessado em tecnologia e games, Pedro Barreto, de 11 anos, foi um dos levou o brinquedo para casa. Ele foi acompanhado do pai, Eduardo Barreto, ao evento.

— Eu não entendia antes como um drone funcionava. Na aula deu para entender melhor. Gosto muito de tecnologia em geral. Achei bem divertido poder montar o drone. Todo mundo me fala que eu tenho sorte em sorteios. Hoje eu fiquei muito feliz de ganhar. Vou chegar em casa e carregar para brincar mais — disse.

FONTE: O GLOBO