Drones para substituir os balões meteorológicos já é uma realidade!

Na Índia, foi proposta a utilização de drones para substituir os balões meteorológicos. Embora a ideia recém ter sido desenvolvida, ainda existem alguns obstáculos difíceis de atravessar. Saiba mais detalhes aqui.

O serviço de meteorologia da Índia começou a explorar a possibilidade de utilizar drones para substituir os balões meteorológicos.

O serviço meteorológico da Índia (IMD) (India Meteorological Department) está explorando as possibilidades de utilizar drones para coletar dados atmosféricos de vários locais, a fim de substituir os balões meteorológicos, segundo informou o governo ao parlamento Lok Sabha na semana passada. Também foi dito à Câmara que “o Ministério das Ciências da Terra está criando um ‘banco de testes de tempestades elétricas’ no leste da Índia para um estudo aprofundado das tempestades elétricas na região”.

Espera-se que com os drones os sensores recuperáveis e reutilizáveis, o que não acontece com as radiossondagens feitas por balões meteorológicos.

De acordo com informações do The Times of India, no relatório ao Congresso foi observado que “com o surgimento e a sofisticação dos sistemas aéreos não tripulados, popularmente conhecidos como drones, o IMD está explorando a possibilidade de substituir os balões meteorológicos por drones para coletar observações nas camadas atmosféricas. Espera-se que esta nova tecnologia torne os sensores recuperáveis e reutilizáveis, beneficiando a IMD”, disse o ministro das Ciências da Terra Jitendra Singh.

Atualmente, em escala global, a radiossonda é o método utilizado para medir o perfil vertical das propriedades físicas da atmosfera (pressão, temperatura, velocidade e direção do vento). Isto é feito através do lançamento de um transmissor com interface com sensores em cima de um balão meteorológico cheio de gás leve como o hélio. Embora os balões sejam usados há muito tempo, eles tem uma limitação em relação à recuperação de sensores e à utilização de sensores mais sofisticados, devido ao custo envolvido.

As limitações do sistema

Como parte do plano proposto, os drones poderiam operar até 5 km de altitude em locais selecionados com cerca de 200 gramas de transmissor ou radiossonda como parte da carga útil passiva. Eles podem ser controlados totalmente à distância e fazer medições tanto horizontalmente como verticalmente, e podem ser utilizados diversas vezes. Uma das perguntas a ser respondida é como eles poderão se comportar em situações de vento extremo em altas altitudes.

Sobre a criação de um local de “teste de tempestades elétricas” no leste da Índia para o estudo das tempestades elétricas, Singh disse que “como parte deste projeto, o ministério propõe a compra de dois drones para monitorar os parâmetros meteorológicos da camada limite atmosférica antes da ocorrência de tempestades elétricas e também os danos pós-evento”. Entretanto, para explorar a viabilidade técnica da medição de dados na camada limite superior, o ministério convidou a indústria e a academia para demonstrar a radiossonda experimental baseada nos drones.

Singh disse que “as observações da camada superior do ar fazem parte das condições iniciais dos modelos de previsão do tempo. Esta nova tecnologia, se for tecnicamente viável, é esperada que beneficie a IMD no campo da previsão do tempo, ao proporcionar dados de alta resolução da camada superior do ar em áreas inexploradas e remotas, juntamente com os dados das redes de observatórios existentes”. De qualquer forma, as informações vitais como as da alta troposfera, ou até mesmo da estratosfera, continuarão precisando do sistema convencional de medição.

Um longo caminho a percorrer

Em princípio, a utilização de drones seria útil para a análise do comportamento vertical da camada limite e dos primeiros 6.000 metros da troposfera. Com isto, seria possível obter dados do perfil de umidade nesta primeira parte do perfil, e dados precisos do gradiente vertical da temperatura e do vento. Isto permitiria uma análise termodinâmica detalhada nestes níveis.

Trovoadas

Os dados coletados por balões-sonda são vitais para melhorar a previsão, principalmente aquela associada à atividade convectiva.

Mas, de fato, as informações importantes como o comportamento do vento nas camadas superiores da troposfera não poderiam ser fornecidas por drones. Nestas camadas, sob condições de correntes de jato muito fortes, o vento pode ultrapassar os 200 km/h. E essa informação é vital para determinar a intensidade e o movimento dos fenômenos de superfície. Uma corrente de jato intensa que interage com ar muito instável em camadas mais baixas pode ser um elemento essencial para o disparo de condições de tempo severo.

Em todo o caso, o progresso da Índia na análise da utilização de drones é importante pois identificará quais os limites para que eles possam ser usados. Atualmente, o uso de drones expandiu-se para o transporte de encomendas leves para locais distantes, algo que empresas como a Amazon utitizam. Mas neste caso, a previsão meteorológica deve ser cada vez mais precisa e pontual. Um caminho que está apenas começando a ser percorrido.

FONTE: https://www.tempo.com/noticias/actualidade/drones-para-substituir-os-baloes-meteorologicos-ja-e-uma-realidade-raiossondagens.html