Aquisição da edtech Studiare, de aprendizado adaptativo, deu início a um processo que levou o grupo a fazer a transformação digital
A Kroton, maior grupo de educação do mundo, acelerou a sua transformação digital nos últimos dois anos. Um trabalho que envolveu a contratação de executivos, colocar a tecnologia dentro da estratégia de negócios, criar uma área de inovação e, mais recentemente, iniciar um processo de transformação cultural de seus 33 mil funcionários.
Mas tudo começou antes mesmo da Kroton perceber que a digitalização era uma questão de sobrevivência. Em outubro de 2015, o grupo comprou a sua primeira startup, a Studiare, de tecnologia aplicada à educação, por R$ 4,1 milhões. Era a primeira aquisição da Kroton de um ativo que não era uma instituição de ensino. A Studiare é uma plataforma tecnológica de aprendizado adaptado (adaptive learn) à demanda do aluno.
A tecnologia da Studiare se tornou a maior aposta da Kroton, que passou a usar a sua ferramenta para, por exemplo, dar aulas de reforço de matemática, português e ciências para os alunos calouros ou para os estudantes dos cursos de direito que precisam de reforço para o exame da OAB.
Junto com a tecnologia da Studiare, a Kroton trouxe o fundador da empresa, Felipe Matos, que hoje é o diretor de produto digital e inteligência acadêmica da Kroton.
“Eu entrei em 2015 e tive muitos papéis na Kroton, fui um dos primeiros líderes de inovação da empresa, isso até pré-programa de transformação digital. Em um momento que estava todo mundo aprendendo como o digital afetaria as empresas”, disse Felipe à StartSe.
Nos dois anos seguintes ao ingresso de Felipe, o grupo se aprofundou no assunto e em 2017 fez o primeiro planejamento estratégico “olhando como o digital poderia gerar valor para o nosso aluno.”
“Foi muito legal ver a humildade dos executivos de entender que mesmo com todo o sucesso que haviam conquistado, o mundo estava mudando. A Kroton saiu de quase 50 mil alunos em 2010 para aproximadamente 1 milhão de alunos, em 2016. Era uma empresa líder de mercado. Mas compreendeu que o cliente estava mudando e que a forma como entrega o produto, com as novas tecnologias disponíveis, precisava mudar”, diz Felipe
Aprendizado contínuo
A transformação digital exigiu que o CEO Rodrigo Galindo e os principais executivos da empresa se engajassem em um processo intenso de aprendizado e reciclagem de conhecimento.
“Foi uma jornada de muito aprendizado. A transformação digital pressupõe que as pessoas estejam sempre apreendendo. Um aprendizado desta fase foi o entendimento de que não adiantaria a gente colocar de pé um time ágil, de forma isolada, era necessário fazer uma discussão ampla, estratégica. Com isso a gente chamou um planejamento para tentar colocar o cliente no centro e entender o que seria esse programa de transformação digital. Daí nasceu todo o programa”, conta Felipe.
FONTE: STARTSE