Descarbonização e metaverso: as apostas da Stellantis para a indústria automotiva do futuro

A montadora usa equipamentos de realidade aumentada e realidade virtual no processo de desenvolvimento dos veículos, e vê o etanol como peça fundamental para criar frotas cada vez maiores de carros não-poluentes.

A Stellantis tem o seu próprio metaverso dentro das instalações da montadora em Betim (Minas Gerais) — Foto: Divulgação/Leo Lara/Studio Cerri

A Stellantis tem como meta tornar-se líder tecnológica de mobilidade sustentável da América Latina. Entre os pilares desse projeto, está a eletrificação dos veículos, o investimento nos modelos híbridos, a transição para o carro conectado e a descarbonização do setor.

Nascida em 2021, a partir da junção entre duas montadoras já tradicionais (Fiat Chrysler e Peugeot-Citroën), a empresa é vista como uma “startup veterana” – apesar de ser o quarto maior grupo de automóveis do mundo. A Stellantis vê o título como um diferencial que a permite manter o foco na inovação. “Operamos com o conceito de startup, trabalhando com tecnologia de ponta e fugindo dos métodos tradicionais de outras empresas do nosso tamanho”, diz Fabrício Biondo, vice-presidente de comunicação corporativa da Stellantis para a América do Sul.

Para o executivo, o conceito de inovação vai muito além da modernização tecnológica. “O mercado e os consumidores mudaram muito nos últimos dois anos. Isso fez com que passássemos a pensar além além dos carros”, afirma Gustavo Delgado, gerente de inovação da Stellantis na América do Sul. Hoje a Stellantis vê o veículo como uma plataforma móvel, semelhante a um smartphone, por exemplo – e que depende de tecnologias  avançadas para satisfazer o desejo do consumidor.

Metaverso

A montadora usa equipamentos de RA e RV durante o processo de desenvolvimento dos veículos — Foto: Divulgação/Leo Lara/Studio Cerri

A montadora usa equipamentos de RA e RV durante o processo de desenvolvimento dos veículos — Foto: Divulgação/Leo Lara/Studio Cerri

Com um portfólio de 20 marcas que inclui Fiat, Jeep, Citroen, Peugeot, Alfa Romeo, Chysler, Maserati e Ram, a montadora tem investido não apenas na automação, mas também em processos de produção que passam longe do convencional. O Virtual Center, parte das instalações da Stellantis em Betim (Minas Gerais) é um bom exemplo de como a empresa se movimenta na jornada para transformar-se em uma mobility tech company.

Dentro do Virtual Center, a Stellantis criou o seu próprio metaverso, para a realização de testes de protótipos automotivos. O espaço conta com ferramentas de realidade virtual e realidade aumentada, que possibilitam a integração da engenharia tradicional à virtual.

O resultado permite a otimização do desenvolvimento de novos produtos. Segundo a equipe responsável pelo setor, as vantagens do uso dessas ferramentas na construção de um veículo vão desde uma maior precisão na realização de tarefas até a possibilidade de experimentação enquanto o veículos está sendo desenvolvido.

Descarbonização

A tecnologia também é uma aliada para viabilizar os projetos de descarbonização da Stellantis. A empresa assumiu um compromisso global de atingir uma frota 100% elétrica na Europa e 50% elétrica nos Estados Unidos até 2030. Para o Brasil, a meta é ter 20% da frota eletrificada nos próximos oito anos. Também faz parte do projeto a meta ambiciosa de carbono líquido zero até 2038.

Os carros elétricos não são a prioridade da Stellantis no Brasil. Por aqui, a empresa defende o uso do etanol para a criação de frotas cada vez maiores de carros não-poluentes. “O etanol é o maior aliado do nosso país na redução das emissões de CO2. A combinação de etanol e eletrificação é uma alternativa inteligente e competitiva de transição, com preços acessíveis”, completa João Irineu, Diretor de Compliance de Produto e Regulamentação. “Para viabilizar as metas, porém, é preciso um maior envolvimento governamental que colabore para ampliar a competitividade do etanol.”

FONTE: https://epocanegocios.globo.com/futuro-da-industria/noticia/2023/01/descarbonizacao-e-metaverso-as-apostas-da-stellantis-para-a-industria-automotiva-do-futuro.ghtml