Após criticar rede social por monopólio, Chris Hughes descreve sucesso da criptomoeda Libra como ameaçador para o controle monetário de governos
Chris Hughes, um dos fundadores do Facebook, voltou a alertar sobre o poder global da rede social. Dessa vez, ele comentou sobre a possibilidade da Libra, criptomoeda criada pela empresa, desempenhar um controle monetário que pertence aos bancos centrais.
Apesar de criada pelo Facebook, a criptomoeda será gerida por outras empresas como Visa, Mastercard, Paypal, Uber, entre outros. As empresas que participam do projeto investiram, cada uma, US$ 10 milhões. As companhias irão compor a Libra Association, fundação que será responsável pela moeda virtual. O Facebook terá o poder de apenas um voto.
“Isso não torna a perceptiva de sucesso da Libra menos ameaçadora. Essa moeda irá inserir uma nova camada poderosa de corporações no controle monetário entre bancos centrais e indivíduos. Inevitavelmente, essas companhias irão colocar seus interesses privados – lucro e influência – acima do interesse público”, escreveu Hughes.
Ameaça a governos emergentes
O perigo é ainda maior para países emergentes, onde a expectativa por uma moeda estável é ainda maior. Diferente do Bitcoin, a Libra promete ser uma moeda estável (chamada de “stablecoin”) por ser baseada em moedas convencionais.
“Pode ser tão atrativo que se pessoas o suficiente deixarem de usar suas moedas locais, eles [Libra Association] poderão ameaçar a habilidade de governos emergentes de controlar sua oferta monetária, as regras de câmbio e, em alguns casos, a habilidade de impor controle capital”, afirma Hughes. Ele é um membro do “Economic Security Project”, projeto que busca acabar com a pobreza e “recriar a classe média” nos Estados Unidos.
O cofundador do Facebook ainda afirma que os reguladores dos Estados Unidos e da Suíça (onde a Libra Association será sediada) possuem um papel central sobre a criptomoeda. “Eles provavelmente serão quem irão erguer padrões de conheça-seu-cliente, políticas contra lavagem de dinheiro e requerimentos de estabilidade financeira”, escreve.
Ele afirma que o escrutínio dos reguladores do governo “deve ser nada além de exaustivo” – uma de suas críticas quanto a aprovação da compra do Facebook ao WhatsApp e Instagram.
FONTE: STARTSE