Coworking: regras para uma convivência mais produtiva

Trabalho em um escritório compartilhado exige que as normas de sociabilidade sejam respeitadas

A vontade de empreender aliada à necessidade de um espaço de trabalho que some as vantagens de um escritório sem custos tão altos com a informalidade de um home office são alguns dos fatores que vêm ampliando a procura por espaços de coworking.
No entanto, para garantir que a experiência seja verdadeiramente positiva, vale salientar que, como em qualquer ambiente social, é fundamental observar as regras de convívio, evitando que o espaço compartilhado de trabalho se transforme em local de tensões e brigas.

Para o presidente da seccional baiana da Associação Brasileira de Recursos Humanos(ABRH-BA) Wladimir Martins, para serem saudáveis, os espaços colaborativos precisam ser encarados como o que são: ambientes comuns, que exigem normas e regras que garantam o convívio. Por isso mesmo, comportamentos territorialistas, que não levam em consideração os demais, não são bem vindos.“Cumprir as regras e os procedimentos do local é fundamental nesse tipo de ambiente. O bom senso prevalece e é bem-vindo”, diz.

Inspirações 
Segundo Martins, um ambiente de trabalho feliz precisa reunir características inspiradoras. ‘É imprescindível conhecer o coworking e verificar se aquele ambiente agrada, que tipo de negócio está na área, então, se o seu negócio exige silencio, o ambiente não poderá ser de muito ruído”, esclarece.

O presidente da ABRH-BA pontua ainda que fatores como o deslocamento para o local, a estrutura fornecida e as regras de convivência do mesmo precisam ser considerados no momento de entrar para um espaço de coworking, lembrando que quanto mais feliz, mais produtivo será o ambiente de trabalho.

CEO da IWG, um dos maiores grupos internacionais de coworking, Tiago Alves defende que é preciso identificar se a empresa ou o empresário em questão  estão preparados para entrar em um ambiente colaborativo. “´É fundamental lembrar que 80% dos espaços de coworking  são salas privativas e cada empresa tem o seu próprio espaço, mas que existem áreas de uso comum, como a recepção, restaurante, corredores, salas de reunião e de descompressão, que devem ser utilizadas e compartilhadas por todos”, diz, ressaltando a importância de que antes de implantar um escritório num local desses, se verifique a cultura de cada empresa nesses espaços.

O empresário afirma que a proposta do coworking não está voltada apenas para startups ou pequenos negócios, e que a proposta vem conquistando cada mais adeptos por conta de suas características. “Até mesmo grandes empresas estão aderindo ao coworking e, hoje, essas grandes organizações respondem por 50% dos clientes das marcas Regus e Spaces, no Brasil, por exemplo”, completa o CEO da IWG.

Limites 
Tiago Alves salienta ainda a regra de educação doméstica que lembra que o limite do direito pessoal é o direito do outro. “Geralmente, os coworkings possuem um conjunto de regras que é compartilhado com os coworkers e nele estão as descrições sobre o que pode e o que não pode (DO’s e  DON’TS) no espaço compartilhado”, destaca. O representante da IWG salienta ainda a importância desse bom relacionamento até mesmo para garantir uma rede de contatos profissionais positiva e a construção de boas referências. “Para promover um ambiente saudável é preciso conversar sobre o tema, agir quando as coisas saem do controle e incentivar para que cada vez mais as pessoas se beneficiem das vantagens trazidas por esses locais”, reforça o CEO.

Com uma postura parecida, Martins, da ABRH-BA aposta no diálogo e em retornos sobre questões conflituosas. “Mas é preciso saber como dar o feedback de forma assertiva. Para ser assertivo é preciso ter respeito ao falar com a outra pessoa, falar com clareza e  exemplos para que ela entenda o que está sendo pontuado”, orienta.

Ele defende que um bom feedback é  um grande instrumento de desenvolvimento de um ambiente de trabalho. “Nada de varrer a sujeira para debaixo do tapete, diga sempre o que  causa incômodo, buscando consenso para resolver o conflito de maneira amigável”, diz.

REGRAS DE CONVÍVIO

Barulho Tenha consciência de que você está dividindo espaço com outros profissionais que, assim como você, precisam se concentrar. Portanto, controlar o volume da voz é importante. Se preferir, procure uma área do coworking mais reservada para fazer uma ligação ou reunião com menos pessoas em sua volta.

Fones Ao efetuar ligações, ouvir música ou assistir algum vídeo, opte sempre por fazer isso com fones. Eles são essenciais nesses ambientes. Assim o som do seu equipamento não atrapalhará as pessoas ao seu redor.

Salas de reunião Exceder o tempo de uso de uma sala pode atrapalhar a reunião de outro usuário que se planejou para usar a mesma logo após você. Verifique a disponibilidade das salas e siga os horá-
rios à risca.

Não perturbe  Socializar é bom, mas não puxe papo toda hora. Use seu bom senso e evite desconcentrar os colegas. Perceba os sinais de “não perturbe” emitidos por eles e observe as regras,sempre.

FONTE: CORREIO 24 HORAS