Correndo por fora, Índia é um dos maiores berços de startups bilionárias.

Estados Unidos e China são os países com maior número de empresas “unicórnios” no mundo, segundo um ranking de janeiro do jornal The Washington Post. Das 440 startups com valor acima de US$ 1 bilhão existentes em todo o mundo, as duas nações têm 125 cada. Mas a terceira colocação, que já foi da Alemanha, do Reino Unido e da Coreia do Sul, agora tem um novo dono: a Índia. Felipe Zmoginski Colaboração para Tilt, na Índia De acordo com a lista do jornal, o país asiático tem hoje 26 unicórnios, e mantém larga vantagem em relação aos ex-colonizadores ingleses (11 unicórnios) e aos vizinhos de continente, a Coreia do Sul (dez). A economia indiana é uma das poucas que registrará algum crescimento em 2020 (0,2%, segundo projeção do FMI), mesmo sob a crise mundial após a pandemia de covid-19.

Para Aravind Gupta, pesquisador do Instituto de Tecnologia de Bangalore, a ascensão tec indiana deve-se a fatores como o tamanho do mercado interno, a excelência da educação dada à elite do país e ao recente fluxo, sobretudo americano e chinês, de investimentos estrangeiros. “Por questões culturais e demográficas, os indianos sempre tiveram destaque em ciências exatas e matemáticas, o que era pouco aproveitado localmente em função do baixo dinamismo econômico dos anos 80 e 90. Este cenário, porém, alterou-se nos últimos 15 anos”, afirma Gupta.

O professor lembra que os atuais executivos-chefes do Google e Microsoft —Sundar Pichai e Satya Nadella, respectivamente— são indianos. “Sempre tivemos talentos. Agora, os estamos retendo”, afirma. O fenômeno também é efeito do aumento do acesso à internet no país. Atualmente, há 451 milhões de pessoas conectadas na Índia (dados da Associação de Internet e celular do país com a Nielsen). Os indianos, em média, consomem 9,8 GB de dados/mês por usuário em 2018 —índice mais elevado do mundo, de acordo com dados da empresa de telefonia Ericsson. Fundos estrangeiros também trouxeram mais dinheiro no país, impulsionados pela política liberal do primeiro-ministro Narendra Modi, reeleito em 2019. A vinda de mais capital de risco na última década foi tanta que em 2018, a revista The Economist definiu a Índia como “novo paraíso dos investimentos, em que muitos capitalistas esperam encontrar o pote de ouro no fim do arco-íris”. Visitamos quatro destes unicórnios em viagem a Nova Déli, Bangalore e Mumbai para entender, afinal, por que eles crescem mais que a média de seus equivalentes no mundo.

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