Coronavírus: como a tecnologia é usada para combater a pandemia

Soluções variam de sistemas de detecção do vírus até robôs que servem refeições em hospitais

A pandemia de coronavírus (Covid-19) já infectou mais de 135 mil pacientes e provocou 4.988 mortes ao longo do planeta, de acordo com o portal de monitoramento em tempo real do The New York Times. Aqui no Brasil, o balanço do Ministério da Saúde indica 77 ocorrências da doença e nenhuma vítima, no entanto, novas informações divulgadas pelo Hospital Israelita Albert Einstein na noite de quinta-feira (12) apontam para 150 casos confirmados no país.

O setor de tecnologia, por sua vez, tem oferecido soluções para combater o surto do novo coronavírus, principalmente nos segmentos de inteligência artificial e ciência de dados. À revista Forbes, o consultor em tecnologia Bernard Marr listou alguns desses principais recursos, que variam de sistemas de detecção da epidemia e de novos casos de Covid-19 até o transporte de objetos por drones em quarentenas.

Inteligência artificial previu a pandemia do novo coronavírus

O primeiro item da lista trata-se de uma tecnologia já comentada aqui no Olhar Digital. A empresa canadense Blue Dot opera um sistema de inteligência artificial que reúne informações de notícias, comunicados de fontes oficiais, dados globais de tráfego aéreo e dados demográficos de vários países. Depois, essas informações passam por uma análise qualitativa de especialistas em epidemiologia associados à empresa.

Reprodução

Assim, a tecnologia antecipa quando um país ou região pode ser afetado pelo surto de uma doença, e emite alertas para instituições governamentais e organismos oficiais de saúde.

A solução da Blue Dot conseguiu prever que o novo coronavírus chegaria a Tóquio, no Japão, pouco depois da aparição da doença em Wuhan, na China. Anos antes, a inteligência artificial já tinha apontado a chegada do vírus da Zika, na Flórida, nos Estados Unidos.

Detecção do vírus

Alibaba, gigante chinesa do setor de e-commerce e tecnologia, desenvolveu uma inteligência artificial que pode detectar a infecção do coronavírus em apenas 20 segundos por meio análises de tomografias computadorizadas do peito de pacientes. Com precisão de 96%, o sistema foi treinado a partir de imagens e dados de cinco mil casos confirmados e testados em hospitais de toda a China.

Blockchain para prevenção

Assim como médicos e enfermeiros, funcionários administrativos de hospitais e centros de atendimento de saúde podem ser expostos ao vírus durante contato com pacientes. Para resolver esse problema, a Ant Financial desenvolveu uma plataforma de blockchain que acelera o processo de triagem e reduz as interações face a face entre os profissionais e possíveis infectados.

Drones

Já a Terra Drone fornece veículos aéreos não tripulados para transportar amostras médicas e demais materiais de quarentenas entre o centro de controle da epidemia de Xinchang County e o People’s Hospital, ambos na China. O recurso minimiza as chances de contágio do coronavírus ao limitar o contato de pacientes saudáveis com infectados durante o transporte de objetos.

Fonte: TechNode

Robôs entregadores de comida

Outra solução que visa reduzir interações face a face corresponde aos robôs da Pudu Technology. Desenvolvidas para atender restaurantes, as máquinas foram adaptadas para distribuir refeições em pelo menos 40 hospitais na China. Enquanto isso, robôs da Blue Ocean Robotics usam raios ultravioletas para esterilizar ambientes de unidades de saúde.

Desenvolvimento de medicações

A unidade de Inteligência Artificial do Google, DeepMind, disponibilizou um sistema de aprendizagem profunda para compartilhar informações sobre as estruturas protéicas no coronavírus. Isso pode ajudar na identificação de um tratamento, uma vez que é exatamente a proteína espinhosa do vírus que possibilita a infecção de células humanas. A BenevolentAI, por sua vez, desenvolveu um sistema inteligente para testar o desempenho de drogas já existentes no combate à doença.

Máscaras mais seguras

A startup israelense Sonovia trabalha em modelos de máscaras faciais anti bacterianas elaboradas a partir de nanopartículas oxidantes, que pode reforçar a proteção contra o contágio em sistemas de saúde.

Ashwini Bhatia/AP

Monitoramente de transmissões

O controverso sistema de vigilância do governo chinês usa tecnologia de reconhecimento facial e detecção de temperatura com o auxílio de um software da SenseTime para identificar pessoas que podem apresentar febre ou outros sintomas relacionados a Covid-19. Na província de Sichuan, oficiais do governo utilizam capacetes equipados com sistema semelhante.

O governo chinês ainda desenvolveu um sistema de big data para calcular o risco de contágio de cada habitante baseado em seu histórico de viagens, o tempo despendido em pontos críticos de transmissão e a potencial exposição a pessoas que já carregam o vírus.

Outra tecnologia adotada em combate à epidemia é o termovisor. Esse tipo de aparelho é usado em aeroportos para medir a temperatura corporal de passageiros, uma vez que a febre corresponde a um dos principais sintomas do coronavírus.

Chatbots

A Tencent, empresa por trás da rede social WeChat – muito popular na china, oferece chatbots na plataforma para usuários esclarecerem dúvidas e receberem orientação sobre a doença. O mesmo recurso também está sendo empregado nos canais de comunicação de agências de turismo e companhias aéreas.

Supercomputadores

Por fim, Marr diz que cientistas contam com acesso de supercomputadores e sistemas de armazenamento em nuvem de gigantes de tecnologia chinesas, tais como Tencent, DiDi e a Huawei. Segundo ele, os computadores auxiliam na busca por vacinas e tratamentos contra o coronavírus.

FONTE: FORBES