Conheça a startup que fatura milhões levando tecnologia à segurança dos condomínios

A Kiper leva a responsabilidade por controlar acesso a prédios dos porteiros aos moradores. Seu fundador, Fabio Beal, tornou-se um Empreendedor Endeavor

A experiência no setor, mesmo que em empreendimentos tradicionais, pode gerar uma ideia de negócio inovadora. Foi o caso do empreendedor Fabio Beal. Ele passou por negócio próprio e por uma unidade franqueada para chegar à Kiper, uma startup que fornece aparelhos e sistemas para promover a segurança nos condomínios.

Sua proposta de entregar mais autonomia e responsabilidade aos moradores não apenas gerou redução de custos para eles e faturamento para a Kiper – mas também a escolha de Beal como um Empreendedor Endeavor. Em três anos, ele espera passar de 1 mil para 10 mil condomínios atendidos pela Kiper.

Ideia de negócio: segurança digital dos condomínios
Beal trabalha desde os 11 anos de idade. Técnico em eletrônica, abriu sua primeira empresa aos 21 anos de idade, no interior do Paraná. O negócio instalava alarmes e câmeras, mas não crescia porque não tinha recorrência de compra, diz o empreendedor. Beal depois se mudou ao Mato Grosso para se tornar franqueado de uma empresa de monitoramento, um modelo com pagamentos mensais.

Ficou na rede até 2012, quando percebeu uma oportunidade no mercado de segurança para condomínios. “Os prédios não conseguiam ter um controle efetivo de acesso com sistemas tradicionais, como portaria. Queria aplicar inovação e tecnologia para evitar entradas indevidas”, diz Beal.

Beal é dono de dois negócios. A Porter do Brasil, criada em 2012, é uma franqueadora de atendimento e manutenção remotos para segurança nos condomínios. O empreendedor fundou a Kiper três anos depois, após se mudar para Florianópolis (Santa Catarina) e conhecer o ecossistema de inovação local.

A startup fornece o hardware e o software de segurança para os prédios. Os moradores entram ao scanear QR Codes e recebem notificações no celular de quando um visitante seu chegou ao condomínio. “Tiramos a responsabilidade do porteiro e a repassamos ao morador”, diz Beal.

A Kiper diz reduzir os custos do condomínio com portaria pela metade, uma economia anual média de 100 mil reais. Enquanto a Kiper cuida da tecnologia, o atendimento é feito por meio de empresas licenciadas – como a própria Porter do Brasil.

Os condomínios pagam tanto para Kiper quanto para o licenciado mensalmente, como uma prestação de serviço. Essa cobrança parte de seis mil reais. A startup afirma atender condomínios com até 500 apartamentos e estima seu mercado endereçável em 125 mil condomínios, de 265 mil conjuntos residenciais do tipo no país.

A Kiper atende 1 mil condomínios hoje. Criada em janeiro de 2015, a startup começou a faturar um mês após sua fundação. Em 2018, faturou 14,8 milhões de reais. Para 2019, projeta ganhos de 21 a 22 milhões de reais.

Crescimento e próximos desafios
Nos próximos três anos, a Kiper projeta chegar a 10 mil condomínios. Também expandirá seus serviços para os condôminos, indo além da segurança. Ainda não há detalhes sobre como serão as novas ferramentas. “Com conectividade e tecnologia, queremos ajudar no melhor convívio dentro dos condomínios. Seremos uma plataforma que atenderá as necessidades dos moradores” diz Beal.

Em 2017, a Kiper participou do programa para startups de alto crescimento e escala ScaleUp Endeavor. No encerramento do programa, em novembro do mesmo ano, Beal entrou para o processo seletivo de Empreendedores Endeavor.

A rede é formada por 1.700 donos de negócios escaláveis, inovadores e tecnológicos de alto impacto. Espalhados por 35 países, eles trocam conhecimentos e experiências que os levaram a uma receita acumulada de 15 bilhões em dólares em suas mais de 1.100 scaleups, startups de alto crescimento e em fase mais amadurecida.

A última fase de seleção dos Empreendedores Endeavor desta vez reuniu 29 empresas de 19 países e ocorreu em Istambul (Turquia). Beal juntou-se aos empreendedores Daniel Scandian, Marcelo Scandian e Robson Privado, da loja virtual de móveis MadeiraMadeira, como selecionados brasileiros em Istambul. No Brasil, são prospectadas anualmente cerca de 5 mil empresas. Menos de 1% chega até o Painel Internacional.

 Beal passou por pitches de 30 minutos e precisou de uma aprovação unânime dos jurados para se tornar Empreendedor Endeavor. “Eles avaliam se o empreendedor é compatível com a cultura de devolver ao ecossistema de empreendedor, o modelo de negócio, o tamanho da operação e o timing. Tudo isso conta ao abrir o próprio empreendimento”, diz.

FONTE: PEGN