Conheça o ônibus do futuro, feito em impressão 3D e movido por inteligência artificial

Startup propõe um futuro automotivo baseado em colaboração e customização

O Olli 2.0 não produz um ronco maneiro, mal passa dos 40 km/h e, bem, olhe para ele – não é exatamente seu próximo carro-desejo. Mas o shuttle elétrico tem o potencial de ser um fascinante ponteiro para o futuro.

Além de elétrico, ele também é autônomo – se dirige sozinho. Por trás do veículo estão as inteligências artificiais Watson, da IBM, e o Lex, um chatbot movido por um sistema de aprendizado de máquina desenvolvido pela Amazon. Unidos a um conjunto de radares, os programas são capazes de conduzi-lo em nível 4 de automação – ou seja, o sistema descarta a necessidade de motoristas em certas condições.

 Criado pela startup Local Motors, fundada em 2007, o Olli 2.0 é montado em três ‘microfábricas’ de 929 m², que lembram um pouco um complexo tradicional de montagem. Isso por que 80% de suas peças são criadas em impressoras 3D, e boa parte da equipe trabalhando em ideias para o veículo faz parte de uma comunidade on-line, sem um ponto físico de trabalho. Tanto o Olli 2.0 quanto o seu antecessor lançado em 2016 são resultado desse trabalho colaborativo e descentralizado, organizado através de torneios criativos e reuniões de brainstorming. Da concepção à entrega, a Local Motors calcula ser 24 vezes mais ágil que montadoras tradicionais.

Um Olli 2.0 é um projeto modular: o comprador pode decidir qual IA usar, optar por uma combinação de ambas, instalar aplicações de realidade aumentada ou artificial para funções diversas (como informações de bordo ou entretenimento) e telas holográficas. Um sistema de som pode, na ausência de barulho do motor, alertar pedestres próximos.

Por que você nunca ouviu falar dele, então, já que os Ollis estão há dois anos rodando nos EUA? Simples, eles não têm como objetivo colocar um shuttle desses para rodar pelas cidades ou estradas tão cedo – o Olli 1.0, por exemplo, opera apenas em campus de faculdade e bases militares em Vancouver e na Califórnia. Há um bom motivo para esperar: quando carros autônomos finalmente virarem a curva do conceito em direção ao produto final, é muito provável que eles ainda estejam dividindo a estrada com motoristas de carne e osso – o que, como muitos testes comprovam, costuma resultar em acidentes. Ambientes mais controlados, como os por onde o Olli trafega, podem ser ótimos espaços de experimento para o futuro da tecnologia. Estamos na fila para o embarque.

FONTE: GQ