Como a Payface quer acabar com o ‘celular do ladrão’

A Payface — uma fintech de pagamentos por reconhecimento facial — levantou mais R$ 15 milhões numa extensão de sua rodada Série A.

Os recursos vieram do fundo de venture capital Fintech Revolution, que foi fundado por Marcelo Peano, o ex-sócio da GP e da Lanx Capital, o publicitário Jader Rossetto e Márcia Mello, uma executiva com 27 anos de experiência no mercado de pagamentos.

Boopo Eladio IsoppoO investimento é o quarto e o maior até agora da gestora, que tem R$ 100 milhões para investir em startups.

Na captação anterior, a Payface havia levantado outros R$ 30 milhões com um fundo do BTG Pactual, a Hi Partners e o multifamily office Oikos.

Fundada em 2018 por Eládio Isoppo e Ricardo Fritsche, a startup de Florianópolis desenvolveu uma tecnologia de pagamento por biometria facial que dispensa o uso de um cartão ou celular nas transações. Ou seja, é um passo além da autenticação de identidade utilizada por boa parte dos bancos.

Para usar o Payface, o cliente precisa criar uma conta no aplicativo da empresa, registrar seu rosto associado a um meio de pagamento e utilizar nos cerca de 1.000 pontos de venda que já utilizam a tecnologia. As redes de supermercados St Marché, Zona Sul e Prezunic já adotaram a solução em parte de suas lojas.

A expectativa da startup é dobrar o número de PDVs até o final do ano e atender cerca de 2,4 milhões de consumidores com o apelo de maior facilidade e segurança nas compras.

“Queremos acabar com essa história do ‘celular do ladrão’, de ter um aparelho em casa só para os aplicativos de banco,” Eládio, que também é o CEO da startup, disse ao Brazil Journal.

Marcelo PeanoFoi justamente essa estratégia defensiva diante da insegurança das metrópoles brasileiras que fez Peano se interessar pela Payface.

O gestor costuma levar seu cachorro para passear nas ruas do Itaim, em São Paulo, sem carteira ou celular por medo de assalto. “Sempre me vejo na situação de precisar comprar alguma coisa na rua e não poder porque estou sem cartões ou o telefone.”

Os recursos da rodada vão financiar o plano de expansão da startup para outras áreas do varejo, como postos de gasolina e farmácias, além do desenvolvimento do Pixface.

Por meio do reconhecimento facial, o objetivo da ferramenta é tornar o rosto do cliente uma chave Pix, assim como dados como CPF, email e número de celular. Para oferecer o Pixface, a Payface solicitou ao Banco Central o ITP, o Iniciador de Transação de Pagamentos. A expectativa é que a autorização seja dada até o fim do ano.

“Decidimos fazer a extensão da série A para acelerar o crescimento orgânico e inorgânico, com eventuais aquisições de players com soluções inovadoras ou tecnologias complementares,” diz Eládio.

FONTE:

https://braziljournal.com/como-a-payface-quer-acabar-com-o-celular-do-ladrao/