Como o 3D pode ajudar a tratar cãezinhos com deformação óssea nas patas

Empresa britânica desenvolve guias e implantes que auxiliam procedimentos cirúrgicos em animais de pequeno porte

Algumas raças de cachorro, geralmente de pequeno porte, como shih tzu e dachshund, apresentam certa tendência para sofrer com problemas ortopédicos. Um exemplo comum ocorre quando uma das patas deixa de crescer precocemente, fazendo com que a outra entorte, obrigando o animal a passar por uma osteotomia – procedimento em que se retira parte do osso.

Até então, os veterinários planejam essa cirurgia específica por meio de imagens de raio-X, o que torna o trabalho bastante complicado. Porém, avanços em impressão 3D estão viabilizando uma abordagem mais prática e precisa – o que inclui a criação de peças que facilitam a retirada e o reposicionamento do osso.

 Um exemplo disso ocorreu com o shih tzu Lucca, paciente de apenas um ano do veterinário ortopédico Kevin Parsons, da Langford Veterinary Services, em Bristol, na Inglaterra. Uma tomografia computadorizada de sua perna que precisava ser operada foi enviada ao CBM Wales, um centro de pesquisa que faz parte da Universidade de Wales Trinity Saint David, em Swansea.

Lá, foi impresso um guia de corte em 3D, como um estêncil, utilizado pelo veterinário para executar a operação. A empresa também imprimiu um implante de titânio com dez furos para Parsons prender ao osso torcido de Lucca, mantendo-o na posição correta. Por encaixar perfeitamente no paciente, o cachorro voltou a caminhar normalmente em algumas semanas.

“Os guias e implantes impressos em 3D pela CBM oferecem um processo mais controlado e previsível”, diz Parsons. “E eles são especialmente úteis quando a perna de um cachorro é dobrada em uma direção estranha. Poder consertar a dobra em um único procedimento significa um tempo de tratamento mais rápido – algo que pode compensar o custo dos implantes e o trabalho de design da CBM”.

O sucesso elevou Parsons à referência especializada em todo o sudoeste da Inglaterra, atuando diretamente em novos casos de deformidade angular canina a cada dois meses.

FONTE: ÉPOCA