Como hubs de inovação podem impulsionar o desenvolvimento regional de startups

Live de PEGN e 100 Startups To Watch reuniu representantes de entidades de diferentes regiões do Brasil e discutiu como impulsionar negócios e ecossistemas locais.

O florescimento de startups e novos negócios em diversas regiões do Brasil foi tema de uma live realizada nesta quarta-feira (26) por PEGN e 100 Startups To Watch, lista que elege anualmente as startups mais promissoras do país. O evento “Ampliando o potencial da inovação: por que incentivar a criação de startups em todas as regiões do país beneficia o ecossistema” reuniu representantes de hubs de inovação de diferentes estados e regiões, que dividiram suas experiências.

Participaram do bate-papo Dany Carvalho, CEO da Órbi Conecta, de Belo Horizonte (MG); Paulo Rogerio Nunes, cofundador do hub Vale do Dendê, de Salvador (BA); Paula Lunardelli, fundadora da Prevision e vice-presidente de ecossistema da Associação Catarinense de Tecnologia; Vania Thaumaturgo, presidente do Conselho da Associação Polo Digital de Manaus (AM); e Eduardo Maneira, Head de Inovação Aberta da EloGroup. O debate foi mediado por Ana Laura Stachewski, editora-assistente de PEGN.

Na avaliação de Carvalho, os hubs impactam positivamente o desenvolvimento regional ao promover o relacionamento entre seus membros, que acabam criando novos negócios juntos. A própria Órbi surgiu de forma espontânea em 2015 e hoje promove desenvolvimento de talentos e capacitação local. “Fazemos mensalmente o Café São Pedro Valley, uma reunião de empreendedores, iniciativas do governo, fundos de investimentos e grandes empresas para combinarem projetos a serem feitos”, afirmou.

Também citando a sua experiência, Thaumaturgo, do Polo Digital de Manaus, destacou a importância de incentivar o potencial de cada região para fomentar seu mercado. “O ecossistema se desenvolveu aqui há quatro anos, a partir de uma política pública da área de informática que fez surgir atores de inovação. Congregamos, além de startups e agentes de empreendedorismo, as comunidades indígenas tradicionais. Isso trouxe um olhar diferenciado sobre o nosso local”, disse Thaumaturgo, citando o desenvolvimento da biotecnologia e da bioeconomia no Amazonas.

Paulo Rogerio Nunes, da Vale do Dendê, também reforçou a necessidade de valorizar os potenciais locais. “Dizem que Salvador nunca será São Paulo, mas São Paulo também nunca será Salvador. Cada lugar tem sua especificidade. Estamos na vanguarda das soluções que servem para o Brasil, mas também aos países emergentes africanos, latinos e do sudeste asiático”, disse o empreendedor.

Já Lunardelli, da Prevision e da Acate, complementou que também é importante que empreendedores e startups tenham a iniciativa de se conectar a hubs locais. “Eu digo às empresas sem ecossistema: ‘Como vocês conseguem viver? Por que cometer os mesmos erros que outros já fizeram? Por que não aproveitar um local saudável?’. Os objetivos de startups e corporações são diferentes, mas é possível criar uma sinergia em um ecossistema que transforme a jornada”, afirmou Lunardelli.

Já Eduardo Maneira, que também atua em Santa Catarina, reforça que as conexões são o pilar que pode desenvolver as regiões. “Você tira mais de um ecossistema do que apenas o ganho financeiro: encontra talentos, fortalece sua marca, colabora com o desenvolvimento de negócios”, expressou.

O primeiro passo para fomentar o ecossistema de startups como um todo, valorizando e explorando o potencial de cada um dos seus polos, segundo Nunes, é promover uma mudança de mentalidade. “Não podemos naturalizar o fato de que 25% da economia nacional e os principais fundos de investimentos estão em São Paulo, e de que os eventos são monocromáticos. Precisamos visar a inclusão por resultado – não só porque é politicamente correto, mas porque coloca o país no cenário global de maneira estratégica e reduz os gaps de desigualdade. E é uma agenda pública”, afirmou o fundador.

FONTE: https://revistapegn.globo.com/startups-to-watch/noticia/2023/04/como-hubs-de-inovacao-podem-impulsionar-o-desenvolvimento-regional-de-startups.ghtml