Como Google, FCA e Itaú enxergam (e adotam) a computação em nuvem

Para empresas, serviços cloud são fundamentais para a transformação digital

PARA A FCA, A NUVEM TROUXE REDUÇÃO DE CUSTOS E AUMENTO DE PRODUTIVIDADE (FOTO: THINKSTOCK)

Executivos concordam que um ponto importante dentro da jornada da transformação digital é a computação em nuvem. Para os grupos Itaú Unibanco e Fiat Chrysler Automobiles (FCA), levar dados para a nuvem se tornou etapa fundamental para o desenvolvimento de novas tecnologias, como inteligência artificial e machine learning.

Segundo André Souza, CIO do FCA da América Latina, ferramentas de cloud ajudam a resolver problemas no ambiente cada vez mais digitalizado da montadora. A empresa atua com fábricas 4.0 e canais digitais diretos com o consumidor. “Conseguimos identificar os problemas e criar estratégias mais preventivas do que reativas”, afirmou no 3º Google Cloud Summit, que aconteceu hoje (10/10) em São Paulo.

Algumas dos resultados que o executivo aponta são redução de custos e aumento de produtividade – desde o início da cadeia de produção até a geração de mais experiência para os consumidores. “Claro que não foi apenas por causa da adoção da cloud, mas essas plataformas otimizam o processo e trazem mais escalabilidade e flexibilidade”, diz Souza.

O Itaú também investe em computação em nuvem como parte de sua transformação digital. Para o desenvolvimento da assistente virtual, por exemplo, o banco teve que aplicar machine learning a partir do seu data center. “Todo investimento em tecnologia tem trazido resultado na ponta”, afirma Vinicius Caridá, gerente de advanced analytics do banco. Desde 2016 até este ano, o Itaú aumentou em 60% o seu investimento em tecnologia.

Apesar das vantagens “aparentes”, segundo o Google, menos de 20% das empresas adotam plataformas em nuvem no Brasil. De acordo com João Bolonha, diretor de Google Cloud no país, uma parcela ainda menor de empresas usa a nuvem para desenvolver novos produtos e serviços.

Bolonha vê essa lacuna como potencial de crescimento. A meta da empresa é triplicar sua presença na América Latina até o fim de 2020.

O executivo conta que o Google tem investido em parcerias no Brasil com fintechsstartups e provedores de software independentes. Além disso, a gigante de tecnologia cria soluções específicas para cada setor. “Nuvem significa muitas oportunidades de serviços”, diz Bolonha. “Desde algo mais técnico até soluções mais estratégicas.”

Souza diz que a computação em nuvem é importante para se preparar para mudanças futuras. “Precisamos estar preparados, por exemplo, para criar carros conectados”, diz. “Isso significa ainda mais análise de dados e automatização.”

Os executivos afirmam que as plataformas em nuvem só têm trazido resultados às empresas, porque vieram acompanhadas de uma mudança cultural. Caridá conta que ele e sua equipe do Itaú passaram mais de um mês na sede do Google, nos Estados Unidos, para aprender a usar as ferramentas e, principalmente, adotar a mentalidade de operação.

O banco atua em parceria com universidades e centros de pesquisa, para formar e capacitar funcionários. Caridá diz que todos os cientistas de dados são liberados, um dia por semana, para se dedicar a estudos de novas soluções. “Temos de criar um ambiente mais ágil e guiado por dados, para testar novas ferramentas”, afirma.

Souza diz que a FCA começou investindo em capacitação da mão de obra de tecnologia, mas com o tempo percebeu que era necessário estender para a empresa inteira. “A nuvem é uma estrutura habilitadora e uma parte da transformação digital”, diz Souza. “Traz mais agilidade e foco, mas não serve de nada se não for trabalhada em conjunto com a cultura da empresa.”

FONTE: ÉPOCA