Como é o WT:Social, a rede social ‘anti-Facebook’ sem anúncios nem fake news criada pelo fundador da Wikipedia

O site da plataforma diz que nunca venderá dados dos seus usuários e que se baseia na “generosidade de doadores individuais”, e não em anúncios para garantir sua existência

A PROPOSTA DO SITE É FUNCIONAR COM PAGAMENTO DE ASSINATURAS E NÃO COM ANÚNCIOS OU VENDA DE DADOS (FOTO: WT:SOCIAL VIA BBC NEWS)

O fundador da Wikipedia, Jimmy Wales, criou uma nova rede social chamada WT: Social, que ele deseja transformar no “anti-Facebook”.

O site da plataforma diz que nunca venderá dados dos seus usuários e que se baseia na “generosidade de doadores individuais”, e não em anúncios para garantir sua existência.

Se você se registrar, você será adicionado a uma lista de espera e solicitarão que você convide outras pessoas ou escolha uma opção de assinatura paga: US$ 13 por mês ou US$ 100 por ano, o que equivale a aproximadamente R$ 55 a R$ 420.

O serviço se define como um site “focado em notícias” e diz que seus membros podem editar manchetes “enganosas”. A ideia, segundo o fundador da plataforma, é combater fake news.

Os usuários verão os artigos que seus contatos compartilham em um formato de “timeline” (ou mural), no qual os mais recentes aparecem primeiro, e não na ordem em que o algoritmo decide com base em seus interesses.

Como o próprio Wales anunciou no Twitter, nesta segunda-feira a rede social já ultrapassava 200 mil assinantes.

Novo modelo de negócios

A apresentação do site WT: Social diz que a plataforma dará ao usuário a possibilidade de “fazer suas próprias escolhas sobre o conteúdo que é veiculado e editar diretamente títulos enganosos ou sinalizar postagens problemáticas”.

“Vamos promover um ambiente em que aqueles que agem mal serão removidos porque isso é o correto, não porque isso repentinamente afeta nossos resultados.”

Em uma recente entrevista ao Financial Times, Wales definiu como “problemático” o modelo de negócios baseado em publicidade que favorece os gigantes da tecnologia nas redes sociais.

A parte crucial do site WT:Social são as notícias, segundo as informações da plataforma (Foto: WT:Social via BBC News)

A PARTE CRUCIAL DO SITE WT:SOCIAL SÃO AS NOTÍCIAS, SEGUNDO AS INFORMAÇÕES DA PLATAFORMA (FOTO: WT:SOCIAL VIA BBC NEWS)

“Acontece que o grande vencedor é o conteúdo de baixa qualidade”, disse ele.

Wales lançou uma plataforma de notícias de colaboração aberta chamada Wikitribune em 2017, destinada a combater notícias falsas e com “histórias cidadãs”.

O objetivo era salvar o jornalismo na era da chamada “pós-verdade”.

No entanto, esse projeto falhou e em 2018 ele teve que deixar de lado sua equipe de jornalistas.

Jimmy Wales lançou uma plataforma de notícias de colaboração aberta chamada Wikitribune em 2017, destinada a combater notícias falsas e com 'histórias cidadãs' (Foto: Getty Images via BBC News)

JIMMY WALES LANÇOU UMA PLATAFORMA DE NOTÍCIAS DE COLABORAÇÃO ABERTA CHAMADA WIKITRIBUNE EM 2017, DESTINADA A COMBATER NOTÍCIAS FALSAS E COM ‘HISTÓRIAS CIDADÃS’ (FOTO: GETTY IMAGES VIA BBC NEWS)

WT: Social é uma plataforma independente da Wikipedia.

A consultora de redes sociais Zoe Cairns disse que acha que a rede terá que aumentar seus usuários rapidamente para provar ser uma alternativa viável aos gigantes da área.

“Isso exigirá que invistam muito dinheiro”, disse ela à BBC. “As pessoas estão acostumadas a redes sociais gratuitas.”

“Acho que as empresas podem pagar por isso, mas as pessoas estão acostumadas a ter as notícias na ponta dos dedos sem pagar um centavo”.

Até agora, o WT: Social tem uma lista de espera para novos usuários devido à capacidade limitada de seu servidor, segundo o site, mas espera expandir essa capacidade e também a rede social em outros idiomas.

FONTE: ÉPOCA