Com portfólio “em construção”, Terracotta investe na Makasí

Startup que atua no financiamento e na construção de casas recebeu R$ 5 milhões da gestora, cujo fundo tem como investidores Gerdau e Cyrela.

Fabiane Pellegrino, Lucas Maceno e Caio Bonatto, cofundadores da Makasí

Em outubro de 2021, a Terracotta Ventures captou R$ 100 milhões em seu primeiro fundo de investimentos. O dinheiro, que em parte veio de de gigantes como Cyrela e Gerdau, seria utilizado para financiar a operação de startups com negócios classificados como construtechs e proptechs.

Nesta quinta-feira, 23 de março, a gestora anunciou a entrada na operação da Makasí com um aporte de R$ 5 milhões. O investimento na startup fundada em dezembro do ano passado e que atua para ajudar consumidores a financiarem a construção de casas foi acompanhado por outra gestora, a Honey Island by 4UM.

“Como um fundo dedicado ao setor de construção estamos acompanhando o mercado de loteamento de casas, que não é tão óbvio”, diz Bruno Loreto, managing partner da Terracotta Ventures. “Esse mercado de casas foi esquecido por um tempo, mas a pandemia lembrou que existe uma economia que gira em torno deste tipo de imóvel.”

No portfólio de investimentos da Terracotta, a gestora comandada por Loreto já aportou em empresas como Yuca, que oferece a locação de apartamentos compartilhados e cuja operação já atraiu o interesse de gestoras como Monashees e Norte Ventures; e Livance, de consultórios médicos compartilhados e que já levantou R$ 30 milhões em duas rodadas de aportes.

Com a Makasí, a Terracotta chega ao seu décimo investimento e há mais dois deals na esteira para serem finalizados nos próximos meses. A gestora não revela quanto já alocou do capital disponível no fundo, mas o plano inicial era investir em até 20 startups early stage. O valor dos cheques varia entre R$ 1 milhão e R$ 5 milhões.

Planejar para construir

O que também atraiu a Terracotta foi a experiência prévia dos fundadores Caio Bonatto e Lucas Maceno em empreender no mercado de construção civil. A dupla fundou a empresa de engenharia Tecverde, comprada em 2020 (por valor não divulgado) por uma joint venture formada por Etex e Arauco. Além da dupla, Fabiane Pellegrino também é sócia-fundadora.

Na Makasí, os empreendedores tentam resolver o problema da falta de planejamento na construção de casas. “Muitas vezes o dinheiro do financiamento acaba antes da casa ganhar forma”, diz Bonatto. Isso pode acontecer pela má utilização do recurso ou pela captação de valores insuficientes.

Para lidar com essa questão, a Makasí conta com uma rede de profissionais de construção civil que desenham o projeto de construção e fazem a obra. Todos os materiais necessários também são comprados pela startup.

Conectar o cliente à instituição financeira que irá emprestar o dinheiro também é um dos objetivos da startup. Para isso, a Makasí trabalha em conjunto com a Caixa Econômica Federal e a Homelend, fintech especializada em crédito imobiliário. Nos próximos meses, a startup deve anunciar novos parceiros para este fim.

Na prática, o que a Makasí faz é intermediar todo o processo para que os clientes tenham como único trabalho assinar os contratos para a captação do financiamento. Em troca, a empresa fica com uma parcela do valor financiado. “A gente gerencia todo o processo de construção, da fase do projeto até o crédito”, diz Bonatto.

Sem revelar a receita da operação, a Makasí afirma que já ajudou 200 famílias a financiarem seus projetos de construção e que o atual portfólio da companhia soma cerca de R$ 50 milhões em casas e terrenos. A empresa também informa que já ajudou a originar mais de R$ 40 milhões em financiamento.

As metas para 2023 envolvem viabilizar a construção de mais de 400 casas e chegar a um volume de R$ 100 milhões financiado pelos bancos parceiros. No longo prazo, Bonatto afirma que o plano é que a Makasí tenha capacidade para financiar a construção de 10 mil casas por ano.

FONTE: https://neofeed.com.br/startups/com-portfolio-em-construcao-terracotta-investe-na-makasi/