Com investidores famosos, Mamba Water quer mudar o consumo de água mineral

Quando você vai num bar e pensa em pedir uma bebida descolada, água mineral não é bem o que vem na sua mente, não é mesmo? A brasileira Mamba Water está na missão de mudar essa visão, misturando sustentabilidade e um foco em lifestyle para atrair consumidores. Para isso, a marca atraiu investidores conhecidos como o fundador da Zee.Dog, Thadeu Diz, o surfista e ex-BBB Pedro Scooby e a skatista Letícia Bufoni. A gestora Norte também está no captable.

Chegada há poucos meses no mercado, a Mamba faz parte da Better Drinks, startup de bebidas que nasceu em 2022 reunindo diferentes marcas independentes de bebidas para fazer frente às gigantes que dominam o mercado. Contudo, enquanto as outras marcas miram em produtos diferenciados em ramos que pode ser mais fácil fazer isso (cervejas, vinhos, refrigerantes), a Mamba tem o desafio de inovar com água.

“Quando resolvi investir na Better Drinks, vi que faltava algo no ramo de água. Faltava espaço para construir no mercado local uma água com uma imagem forte”, explica Thadeu Diz, em entrevista ao Startups. Experiência pra isso ele tem, depois de construir a Zee.Dog, uma grife em um ramo que não possuía uma – acessórios para pet.

Liquid life?

Ao ver a apresentação da Mamba Water, na sua latinha de alumínio, vem à cabeça a proposta da Liquid Death, startup norte-americana que está tomando de assalto o mercado de água mineral com uma postura inusitada de marketing. A estratégia funcionou com a marca gringa, conquistando inclusive investidores e aportes de respeito, chegando a um valuation de US$ 700 milhões.

Para o cofundador e Chief Growth Officer da Better Drinks, Felipe Szpigel, a comparação com a Liquid Death faz sentido só na embalagem e no plano de se firmar como uma marca forte com um produto aparentemente “comum”. Porém, a imagem que a Mamba Water pretende construir é diferente. “Miramos o segmento premium de água com uma proposta de sustentabilidade, mas também de saúde, de natureza, que faz mais sentido para o consumidor brasileiro”, explica o executivo para o Startups.

Uma nota rápida: por falar de premium, a Mamba ainda é bastante premium comparada ao mercado de águas mais populares. Uma lata é vendida por cerca de R$ 6 a unidade, bem acima da garrafinha de um real que se compra no supermercado, mas abaixo dos R$ 25 que se paga por uma garrafa de plástico da “hypada” Voss.

Além do uso das latinhas, que tem a vantagem de serem recicláveis em relação ao lixo que milhões de as garrafas plásticas tradicionais geram, a empresa também tem seu lado social. Para cada lata vendida, a empresa se compromete a levar 1 litro de água para populações do país que não tem água potável.

O foco local está inclusive nas fontes que a marca usa. Diferentemente de outras do mercado premium, que geralmente concentram seu valor em serem importadas, a Mamba utiliza fontes nacionais. “Por minha experiência no mercado de cervejas, sei que o Brasil tem algumas das melhores fontes de água do mundo, mas que não são tão valorizadas”, explica Felipe.

Felipe Szpigel, cofundador e Chief Growth Officer da Better Drinks

Felipe Szpigel, cofundador e Chief Growth Officer da Better Drinks (Foto: Divulgação)

Atualmente, a Mamba ainda tem sua presença concentrada no mercado Rio-São Paulo, mas Felipe comemora os números, tanto nas vendas em locais como bares como na venda direta em supermercados. “Olhando os números, já revisamos a meta para 2022, triplicando o número de latas vendidas”, pontua o executivo, sem dar maiores dados sobre o número destas vendas.

Trazendo o star power

Para reforçar o plano de construção de uma marca forte, a Mamba atraiu outros nomes conhecidos para investir. A skatista Letícia Bufoni e o surfista Pedro Scooby entraram para o quadro de sócios da empresa. Segundo Felipe, além de ajudar na projeção da marca, elas participam da construção do produto.

“É uma participação relevante dentro da marca. Não é algo só de mídia, mas também de direcionamento da marca em seus projetos”, explica o cofundador da Better Drinks, pontuando que eles cumprem um papel importante no aspecto de lifestyle da marca, especialmente junto ao público jovem.

Em depoimento ao Startups, Pedro Scooby, a aproximação com a Better Drinks e a Mamba se deu pela vontade do surfista de envolver em algo além do retorno do investimento. “Quando surgiu a ideia da Mamba Water, entendemos que unia tudo o que eu acredito: um produto de qualidade, em lata, ou seja, que promove a sustentabilidade, a reflexão sobre o meio ambiente e o impacto no futuro, e o social”, destacou Pedro.

Pedro Scooby e Leticia Bufoni - quadrada

Leticia Bufoni e Pedro Scooby, sócios da Mamba Water (Foto: Divulgação)

Bebidas Melhores

Depois de registrar bons números de venda no sudeste, o plano da Mamba Water é ganhar mais prateleiras pelo país, utilizando a rede que a Better Drinks já possui, que passa dos 20 mil pontos de venda físicos, além da presença em apps e e-commerces. Para comparação, no ano passado as marcas do grupo – Baer-Mate (chás), Praya (cerveja premium), F!ve (coquetéis em lata) e Vivant (vinho em lata) – faturou cerca de R$ 50 milhões, com cerca de 4 mil pontos de venda.

“A ideia de criar a Better Drinks foi a de juntar marcas uma forma de ganhar força e passar por essa ‘arrebentação’”, explica Felipe, falando da difícil luta de marcas independentes no concentrado mercado de bebidas e suas gigantes como a Ambev, por exemplo. Até 2026 o plano da companhia é bater a marca do R$ 1 bilhão em faturamento, e mira também a internacionalização de suas marcas – algo que já começou com a F!ve nos EUA este ano.

Por enquanto, o foco da Better Drinks, assim como a Mamba Water, é o de conquistar o mercado brasileiro, provocando o consumidor com ideias diferentes em um setor que não costuma fazer muito isso. “É um mercado de R$ 160 bilhões por ano, e o que mais cresce é o premium. Temos um pensamento de ruptura e queremos mudar a relação do consumidor com o que ele bebe”, finaliza Felipe.

FONTE: https://startups.com.br/noticias/com-investidores-famosos-mamba-quer-mudar-o-consumo-de-agua-mineral/