Com foco na internacionalização, healthtech brasileira entra em hub de inovação canadense

A startup Linda Lifetech criou uma ferramenta para detectar câncer de mama nos estágios iniciais e está presente em 14 cidades no Brasil

Os sócios da startup Linda Lifetech: Rubens Mendrone, head de produto; Rodrigo Victorio, COO; Raquele Rebello, head de comunicação; e Luis Renato Lui, CEO (Foto: Divulgação)

startup Linda Lifetech anunciou nesta quarta-feira (13/7) a sua entrada no MaRS Discovery District, hub de inovação canadense, com foco na expansão das atividades para a América do Norte. Atualmente, a healthtech, que oferece uma ferramenta para a detecção do câncer de mama em estágios iniciais, está presente em 14 cidades no Brasil e mantém um escritório no Canadá.

“Além da chancela, o MaRS é uma oportunidade de receber mentoria de especialistas, ter acesso a investidores e melhorar potencialmente a nossa operação. Fazer parte de um complexo dessa magnitude é motivo de orgulho ”, afirma Luis Renato Lui, sócio e CEO da Linda.

A startup posiciona o seu produto como ferramenta de suporte às decisões clínicas do médico, sendo utilizado no início da linha de cuidado, em consultas de rotina. Mesmo nas pacientes sem sintomas, a tecnologia pode auxiliar a detectar sinais do câncer. “Amplificamos a visão dos médicos para que possam enxergar além da visão humana, alavancando o potencial dos profissionais, mostrando que há algo ali a ser investigado”, explica Rubens Mendrone, sócio e head de produto da startup.

A Linda nasceu em 2017, quando os fundadores ganharam um hackathon de inteligência artificial da IBM. Desde então, investiram quase R$ 8 milhões, de capital próprio e de rodadas friends and family, no desenvolvimento do produto para resolver um problema real. “A gente teve a ideia para a tecnologia, mas entre o conceito e a aplicação, a jornada é grande. Por dores pessoais de familiares e amigos, olhamos para a causa do câncer de mama para aplicar a tecnologia”, pontua Mendrone.

A solução roda em uma espécie de tablet, com tela touchscreen e câmera. A paciente precisa estar num ambiente climatizado por 15 minutos para realizar o exame, que nada mais é do que uma foto infravermelha, tirada a 40 centímetros de distância. Esta imagem é enviada por 4G para o servidor da startup, que analisa o registro a partir da leitura de calor do corpo com uma rede neural de IA, apontando ao médico possíveis suspeitas. O profissional pode então, em conjunto com outros dados clínicos, decidir sobre o melhor encaminhamento ou exames complementares. Ao todo, o processo dura 20 minutos.

A Linda tem contratos com prefeituras de 14 cidades brasileiras e com clínicas particulares. O primeiro município atendido foi Presidente Dutra, no Maranhão, a seis horas da capital São Luís. Segundo os fundadores, o Nordeste é a maior base atualmente, com disponibilidade da ferramenta para quase 1,5 milhão de mulheres.

A startup já entrou com o pedido de patente da tecnologia no Brasil e no exterior, e tem planos de utilizá-la para explorar outras doenças. A ideia da healthtech, que está com captação aberta, levantar R$ 20 milhões para investir na empresa.

FONTE: https://revistapegn.globo.com/Startups/noticia/2022/07/com-foco-na-internacionalizacao-healthtech-brasileira-entra-em-hub-de-inovacao-canadense.html