Cinco indústrias pioneiras em fazer negócios no espaço

 

 

LANÇAMENTO DE UM FOGUETE DA BLUE ORIGIN, EMPRESA DE ESPAÇONAVE DE JEFF BEZZOS (FOTO: BLUEORIGIN.COM)

Grandes grupos industriais já começaram a implantar estratégias para gerar receita com asteroides próximos, Lua e Marte

Companhias ao redor do mundo já olham para cima para encontrar a próxima oportunidade de crescimento. O espaço está rapidamente se tornando um lugar onde as indústrias que impulsionam a economia global realizam negócios.

Isso quer dizer que grupos industriais privados podem gerar receita e lucrar não só com a Terra, mas também com asteroides mais próximos, Lua, Marte e todos os lugares que a tecnologia permitir. Alguns empresários famosos, como Elon Musk e Jeff Bezos, já começaram a investir no espaço.

Pensando nisso, o Fórum Econômico Mundial listou os primeiros setores da indústria que devem aproveitar lucrar com a expansão da esfera econômica, e algumas oportunidades de crescimento. Confira:

Energia
A maior indústria da terra tem chances de ser também a maior do espaço. Os seres humanos consumem energia em grande escala e isso não será diferente em outros lugares do universo. Se a previsão de Jeff Bezos, fundador e CEO da Amazon, de que “milhões de pessoas estarão vivendo e trabalhando no espaço nas próximas décadas” se concretizar, quantidades enormes de energia serão necessárias para que essa população viva, trabalhe e transite.

A energia solar é a mais efetiva no espaço, onde não há atmosfera capaz de filtrar os raios solares. Foguetes químicos também serão o principal mecanismo de transporte no futuro. Algumas empresas, como a Blue Origin, de Jeff Bezos e a Space X, de Elon Musk, já estão desenvolvendo alguns desses foguetes químicos, que utilizam como combustível compostos de oxigênio líquido combinado com hidrogênio líquido ou metano.

Inicialmente, o combustível necessário para fazer os foguetes funcionarem seria levado da Terra para o espaço. Mas, futuramente, extrai-los do próprio espaço é uma ideia muito mais atraente e eficiente.

Mineração
Apesar da queda do setor nos últimos anos, a extração de recursos espaciais dá uma esperança para a mineração. Recursos espaciais, principalmente de asteroides e da Lua, poderão ser extraídos de corpos celestes.

Um relatório divulgado pela Goldman Sachs mostrou que a mineração de asteroides é mais realista do que parece e possui valores comparáveis aos de exploração das minas tradicionais.

O governo de Luxemburgo é um dos incentivadores do setor. Recentemente criou a iniciativa Space Resoruces, de US$ 227 milhões (cerca de R$ 737 milhões), para montar um centro europeu de recursos espaciais. O objetivo é contribuir para exploração pacífica e utilização sustentável dos recursos espaciais em benefício da humanidade.

Inicialmente, as atividades de mineração espacial se concentração em propulsores movidos a água que permitirão a construção de uma infraestrutura espacial. Quando os propulsores estiveram concluídos, as empresas começarão a buscar metais para projetos de construção e, eventualmente, para serem trazidos à Terra.

Transporte
O recurso mais importante a ser explorado no espaço é a água, fundamental para amparar a vida no espaço (sustento, higiene e produção de alimentos). Além disso, ela pode servir como um escudo eficaz contra a radiação presente no espaço. E o recurso também é a matéria-prima mais importante para as refinarias no espaço, que serão responsáveis por produzir combustíveis de foguetes para venda aos fornecedores de transporte.

A criação de propulsores que superam a influência gravitacional da Terra permitirá a criação da primeira superestrada espacial, que ligará uma série de depósitos de combustíveis estabelecidos em locais estratégicos espalhados por todo o sistema solar.

As empresas de transporte e logística no espaço que irão consumir esses produtos já estão bem estabelecidas e lideradas por titãs da indústria:  Jeff Bezos (Blue Origin), Elon Musk (SpaceX), Richard Branson (Virgin Galactic) e Tory Bruno (United Launch Alliance).

Construção
O setor que hoje compete pela liderança com a indústria de energia deve levar essa briga para o espaço. Os primeiros sistemas de construção orbital devem ser implantados antes mesmo do final da década. Essas espaçonaves robotizadas serão capazes de montar grandes estruturas em órbita, reparar ou reabastecer os satélites existentes. Essas técnicas combinadas as de gravidade zero, permitiriam que sistemas de construção pudessem imprimir e montar estruturas maciças no meio do espaço.

O futuro da construção no espaço não deve ser parecido com o que é feito na Terra, mas será igualmente valioso, já que as técnicas serão aplicadas em toda a cadeia de valor no espaço. Uma refinaria de combustíveis, por exemplo, poderia ser montada em órbita, assim como as minas de asteroides poderiam ser reparadas de forma autônoma.

Hospitalidade e imóveis
Os seres humanos só podem viver e trabalhar no espaço se eles se protegerem do ambiente hostil. A Estação Espacial Internacional (ISS) possui uma presença humana permanente há mais de 10 anos, mas isso também mudará em breve.

Inúmeras empresas de estações espaciais comerciais, incluindo uma criada pelo bilionário fundador de uma rede de hotéis, Robert Bigelow, estão competindo por contratos lucrativos que vão desde o patrocínio à ida ao espaço de astronautas e turistas de alto patrimônio até a fabricação e pesquisa orbital de programas em desenvolvimento. Sozinha, esta nova indústria deverá gerar US$ 37 bilhões (mais de R$ 120 bilhões) na próxima década.

Os habitats espaciais serão lançados incialmente da Terra, mas à medida que a cadeira de abastecimento de recursos se expandir e os metais dos asteroides e da Lua estiverem disponíveis, este setor também contará com recursos provenientes do espaço.

As empresas de construção combinarão matérias-primas metálicas de alta qualidade com frotas de montagem orbital robótica para criar megaestruturas orbitais, como hotéis, fabricas e assentamentos permanentes. As primeiras cidades do espaço devem se tornar possíveis assim que surgirem os primeiros mercados de imóveis em órbita. O espaço se tornará acessível e lucrativo para os desenvolvedores.

FONTE: ÉPOCA NEGÓCIOS