Cientistas pedem a proibição de megaconstelações de satélites como da Starlink, de Elon Musk

Para os astrônomos, redes de satélites de baixa altitude, como da empresa liderada por Musk, dificultam observações e estudos no céu.

Em uma série de artigos publicados na revista Nature Astronomy, diversos astrônomos têm alertado para a ‘poluição luminosa’ causada pelas megaconstelações de satélites de baixa altitude – como da Starlink, empresa de Elon Musk. De acordo com os cientistas, é preciso considerar um esforço para reduzir essa poluição luminosa, incluindo medidas como a proibição de tantos satélites.

Como explica o The Guardian, além dos milhares de detritos espaciais orbitando a Terra, os astrônomos também precisam lidar com uma enorme quantidade de satélites cruzando o céu. Toda essa movimentação dificulta observações e estudos.

O que os cientistas sugerem é algum tipo de regulamentação em relação aos satélites. “Apesar da popularidade das megaconstelações de satélites, não devemos rejeitar a possibilidade de bani-las. Pelo contrário, acreditamos que os impactos e riscos são muito altos para que essa possibilidade seja descartada”, escrevem.

Para os especialistas, é improvável que empresas como a Satrlink se ‘autorregulem’ sobre o assunto, portanto, é necessária uma interveção externa. “Na minha opinião, deveria haver um limite para o número total de satélites em órbitas baixas, e seu número provavelmente já é muito alto”, disse Fabio Falchi, do Light Pollution Science and Technology Institute na Itália.

Segundo estudos, as megaconstelações mais do que dobraram o número de satélites funcionais em órbita baixa desde 2019. Como resultado de toda essa iluminação extra, o brilho do céu noturno aumentou. Além disso, já existe um grande número de novos lançamentos planejados para os próximos anos.

“Estamos testemunhando uma transformação dramática, fundamental e, talvez, semipermanente do céu noturno sem precedentes históricos”, escrever John Barentine da Dark Sky Consulting.

A preocupação é sinais astrofísicos fracos se tornem cada vez mais difíceis de detectar devido ao aumento do brilho no céu noturno. Rastros de satélites em imagens astronômicas são outro problema, enquanto também há uma preocupação com o impacto desse brilho em sistemas biológicos.

No geral, os cientistas sugerem que os riscos são altos demais para serem ignorados.

FONTE: https://epocanegocios.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2023/03/cientistas-pedem-a-proibicao-de-megaconstelacoes-de-satelites-como-da-starlink-de-elon-musk.ghtml