Ciclo solar intenso está fazendo satélites afundarem rapidamente na órbita terrestre

O ciclo iniciou há pouco mais de três anos, e tem duração estimada de 11 anos

Créditos: A ESA precisou elevar a órbita dos satélites da missão Swarm, porque eles estavam afundando muito rápido / space.com

Anja Stromme, diretora da missão Swarm, da ESA (European Space Agency / Agência Espacial Europeia), de acordo com informações veiculadas pela mídia internacional, afirmou que, nos últimos cinco ou seis anos, satélites que ficam na órbita do nosso planeta afundaram aproximadamente 2,5 quilômetros — anualmente. A situação acontece porque os instrumentos tecnológicos, que normalmente sempre baixam o nível lentamente, com o passar do tempo, estão lidando com a aceleração dessa fase devido ao novo ciclo solar registrado.

Um novo ciclo se inicia quando os polos magnéticos do Sol se invertem. Normalmente, o estágio acontece a cada 11 (onze) anos, e pode ser observado por agências espaciais, para mensurarem a possível durabilidade de equipamentos enviados para o espaço, e também os impactos na saúde dos astronautas em missões fora da Terra. O ciclo mais recente iniciou há três anos, em 2019, e esta fase, desde outubro de 2021, é considerada mais intensa, pois a nossa principal estrela está expelindo uma quantidade acima da média de vento (emissão contínua de partículas carregadas provenientes da coroa solar), que acaba criando erupções manchas solares mais constantes.

O acontecimento explicado está alinhado com a queda “acelerada” dos satélites na órbita terrestre, conforme mencionado por Anja. O dispositivos da ESA mediram com precisão o campo magnético do nosso planeta, que começou a reduzir até 10 vezes mais rápido do que em outras circunstâncias. Como ainda estamos longe do término deste ciclo (não chegamos nem na metade dos 11 anos estimados), este pode ser um período especialmente conturbado para as tecnologias espaciais em órbita.

A diretora concluiu dizendo que serão afetados todos os satélites que estejam em uma altitude de até 400 quilômetros. Recentemente, diversos satélites de pequeno portesem um sistema de propulsão, foram lançados.

Como não possuem as ferramentas para se reerguerem, significa que terão um tempo de vida útil menor do que o esperado pelos seus criadores. Entre uma das estruturas afetadas, temos o caso da Estação Espacial Internacional (International Space Station / ISS), que precisará manobrar frequentemente para manter o seu posicionamento estável, 400 km acima da Terra.

Em fevereiro, a SpaceX, empresa de Elon Musk, perdeu 40 equipamentos novos da Starlink — atingidos por uma tempestade solar logo após o lançamento.

FONTE: https://mundoconectado.com.br/noticias/v/26381/ciclo-solar-intenso-esta-fazendo-satelites-afundarem-rapidamente-na-orbita-terrestre