“Chips são essenciais para permitir o desenvolvimento de IoT”, afirma especialista

José Epifânio da Franca, pioneiro no desenvolvimento de chips em Portugal, irá participar de ChipCon’17 no Brasil e apresentará tendências sobre Internet das Coisas e Indústria 4.0

No dia 30 de novembro será realizado em Florianópolis o ChipCon’17, evento que trará especialistas internacionais para debater o desenvolvimento dos segmentos de Internet das Coisas e Indústria 4.0 no Brasil. Entre os palestrantes, o Professor Catedrático do Instituto Superior Técnico em Lisboa e Partner Head Iberia do fundo de Private Equity Keensight Capital, José Epifânio da Franca, empreendedor e co-fundador da empresa ChipIdea,umdas pioneiras no desenvolvimento de chips em Portugal. Na ocasião, ele irá falar sobre como a microeletrônica é a chave para a massificação do ecossistema de dispositivos em IoT. O evento é promovido pela empresa brasileira Chipus Microeletrônica, com o apoio do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas, BNDES, Associação Brasileira da Indústria de Semicondutores (ABISEMI), Interuniversitair Micro-Eletronica Centrum(IMEC), Fast Company Brazil, GridVortex e Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (ACATE).

Importância dos semicondutores para a IoT

Para Franca, a tecnologia de IoT representa uma oportunidade para a indústria de desenvolvimento de chips, sobretudo para empresas que atuam na área de semicondutores analógicos. Isso porque possuem a competência necessária para desenvolver funções eletrônicas sensoriais, essenciais para a rede de IoT. “Sem o hardware, não há essa possibilidade. Por isso, é importante que no Brasil sejam desenvolvidos projetos de semicondutores, por meio de parcerias tecnológicas e comerciais com as empresas que podem projetar esses chips”, afirma. Para se ter uma ideia da importância dos semicondutores, a expectativa é que o setor tenha uma receita global em 2017 de US$ 411 bilhões, de acordo com o Gartner.

No Brasil já há um movimento que visa potencializar o segmento, como é o caso do Fórum Brasileiro de IoT, além de ações governamentais junto com a iniciativa privada por meio do Plano nacional de IoT, liderado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC), BNDES, McKinsey, Fundação CPqD e o escritório de advocacia Pereira Neto Macedo.

Exemplos de aplicações possíveis em IoT com uso de chips

José Epifânio da Franca explicou que a IoT funciona a partir de funções eletrônicas habilitadas para captar informações associadas ao objeto, maquinário ou qualquer outro dispositivo no qual a tecnologia é aplicada. “O processo é feito através de funções sensoriais e da comunicação dessa função sensorial por meio eletrônico, que cria a rede de internet responsável por conectar computadores e objetos”, detalha.

Imagine uma grande plantação no Brasil: é importante ter, em tempo real, informação de como uma determinada plantação se desenvolve. E é possível usar essa informação para promover ações que permitam melhorar a qualidade e produtividade dessas plantações. Para fazer isso, o que é necessário é ter, em tempo real, dados meteorológicos multilocalizados e informações sobre o estado da terra – umidade, temperatura, nutrientes, ameaças e pragas à plantação, etc. Depois, com essas informações, é possível promover ações sobre a plantação. Mas, para isso, o conceito de IoT é fundamental.

“A IoT virtualiza um espaço físico de operação, que tem necessidade de acompanhamento em tempo real. Isso só é possível quando houver uma infraestrutura de hardware que permita capturar essa informação em tempo real, à base de sensores, controle e comunicação. Portanto, é importante que os empresários em geral se conscientizem da importância da tecnologia de IoT para os seus negócios. Mas eles não precisam projetar os seus próprios chips; precisam reconhecer a importância de trabalhar com empresas brasileiras especializadas, que têm a capacidade e engenharia para desenvolver esses chips”, finaliza Franca.

FONTE: Notícias do Dia