China: troca de bateria pode virar uma disputa global

O negócio do carro elétrico deve passar por uma nova disputa nos próximos anos, a troca de bateria automatizadamente.

O negócio, limitado hoje à NIO, ganhou um player de peso que pode mudar o panorama do mercado chinês e, segundo alguns, mundial.

A CATL, maior fabricante de baterias de lítio para carros da China, decidiu entrar no negócio de troca de células de energia através de estações fixas e robotizadas.

Além disso, com ela entram não só a NIO, mas também Geely, a desenvolvedora de sistemas automatizados de troca Aultum e a petrolífera Sinopec.

Essa é a maior ação envolvendo troca de bateria até agora e pode implicar em uma disputa global.

A princípio, o negócio liderado pela CATL – que fornece baterias de lítio para várias montadoras globais – é padronizar o serviço na China e isso tem apoio do governo.

Através do Ministério da Indústria e Informação (MIIT), Pequim apoia abertamente a criação de uma rede nacional de eletropostos de troca de células nos moldes da NIO.

Com 1.400 pontos atualmente, o MIIT quer ampliar a coisa para 24.000 estações até 2025 e mais, a Sinopec liberará seus 30.000 postos de combustíveis para troca de baterias até 2030.

No entanto, o esforço da CATL e de Pequim pode levar a bilhões de dólares em prejuízo para outros fabricantes, especialmente estrangeiros.

O motivo é que uma padronização imposta por Pequim arruinaria todos os investimentos de players globais em carros elétricos, especialmente GM, VW e Stellantis.

Na China, a BYD seria a maior prejudicada, visto ter investido muito em sua bateria Blade.

Tesla e outros fabricantes são contra este sistema de trocas e ainda mais contra a padronização.

Musk disse tempos atrás que isso nunca funcionaria, mas a NIO indica que ele está errado após 4 milhões de trocas desde a instalação de 500 pontos em 2020.

Até 2025, a NIO espera ter 4.000 estações dentro e fora da China, começando pela Noruega. Cada troca automatizada demora 3 minutos e o carro sai com 100% de bateria.

A CATL segue a mesma pegada e diz estar negociando com fabricantes internacionais, para levar a tecnologia para fora do país.

O temor, no momento, é que a China acabe estabelecendo a troca como um padrão nacional, mas isso beneficiaria apenas a CATL.

Indo mais fundo na questão, se a ideia da CATL se tornar lei na China, provavelmente ela sairá perdendo.

O motivo é que, para evitar um monopólio da empresa, a patente poderá ser “nacionalizada” ou definida como “open source” por Pequim, de forma a beneficiar todo o setor.

FONTE: https://www.noticiasautomotivas.com.br/china-troca-de-bateria-pode-virar-uma-disputa-global/?fbclid=IwAR2ycTo90-4qX14kAY13us0gUDkLWi29zqPG8otAT9a_G9Yo8-HWc9do1n4