China lidera patentes para cidades inteligentes

Tecnologias envolvem, por exemplo, reconhecimento de placas de veículos, controle de tráfego, reconhecimento facial, iluminação pública e segurança de dados.

Um mapeamento sobre tecnologias em uso em cidades inteligentes no Brasil mostra o predomínio da China, com a segunda colocação ocupada pelos EUA, no registro de patentes no mundo. São líderes no registro de inovações em reconhecimento de placas de veículos, controle de tráfego, reconhecimento facial, iluminação pública e segurança de dados.

A pesquisa constatou a existência de 21.068 patentes registradas pela China para controle de tráfego, contra 4.558 do Japão e 3.090 dos EUA. Em reconhecimento facial, são 6.087 tecnologias de origem chinesa, ante 3.313 americanas. Os números mostram ainda que o desenvolvimento e registro dessas patentes disparou nos últimos cinco anos.

As constatações estão em uma pesquisa realizada pelo Núcleo de Inteligência em Propriedade Intelectual (NIPI), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), a pedido da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).

“O objetivo é identificar potenciais tecnologias, para onde está caminhando o desenvolvimento tecnológico e identificar tendências, para desenhar políticas públicas”, disse o coordenador-geral de Propriedade Intelectual do Mdic, Miguel Campo Dall Orto Emery de Carvalho.

Ele explicou que muitas tecnologias em uso já estão protegidas por patentes, de forma que é difícil ao Brasil tentar fornecê-las ao mercado interno ou internacional. “A questão é identificar tendências tão logo surjam, para desenvolver políticas públicas que nos permitam ser competitivos.”

Uma oportunidade, diz o estudo, é o Brasil buscar desenvolver tecnologias para problemas “tropicalizados”, como combate a doenças endêmicas, a melhora na prestação de serviços de comunicação e acessibilidade em locais de difícil acesso ou ainda uma atuação próxima de áreas em que o país tem fortalecido sua atuação, como em energias renováveis.

A transformação digital é uma das “missões” que servirão de guia na elaboração da nova política industrial brasileira.

A mesma pesquisa avaliou o registro de patentes em tecnologias 5G no Brasil junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). Nesse caso, há desenvolvimento local.

São 22 patentes de origem brasileira, em áreas como internet 4.0, internet das coisas e realidade aumentada e virtual. Nas patentes de origem estrangeiras registradas aqui, o destaque fica para os EUA, com 203 tecnologias concentradas nas áreas de acesso a banda larga, internet das coisas e e-health.

“A disputa é difícil, mas temos capacidade de competir”, disse Carvalho. No início deste mês, o Mdic lançou um laboratório aberto para desenvolvimento de aplicações e testes de software 5G em parceria com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e outras instituições de ensino, por meio do Instituto Nacional para Engenharia de Software (Ines).

FONTE: https://valor.globo.com/brasil/noticia/2023/04/18/china-lidera-patentes-para-cidades-inteligentes.ghtml