CASAL FATURA R$ 12 MILHÕES ENSINANDO PROGRAMAÇÃO PARA CRIANÇAS

Vanessa Ban e Marco Giroto, fundadores da SuperGeeks (Foto: Divulgação)

Em um mundo cada vez mais conectado, a programação se tornou uma importante ferramenta social – quase tão essencial quanto ler ou escrever. Foi pensando nesse cenário que o casal Marco Giroto, 37, e Vanessa Ban, 38, encontrou uma oportunidade de negócio. Fundaram em 2014 a SuperGeeks, uma escola de ciência da computação para crianças. Em menos de três anos, a rede já conta com 5 mil alunos e R$ 12 milhões de faturamento.

Não foi por acaso que o empreendedor pensou no negócio. Natural de Assis, interior de São Paulo, Giroto programava desde os 12 anos de idade. “Aprendi o básico em um curso de computação, me interessei pela área e não parei de estudar”, diz.

Depois de alguns anos, percebeu que no interior não teria as mesmas oportunidades que na capital paulista. Veio para São Paulo, onde conseguiu trabalhar na área de tecnologia de empresas como Petrobras, HP e Natura.

Em 2004, decidiu sair do mercado para empreender ao lado da mulher. Fundou uma editora de audiolivros, que acabou não dando certo. Adaptaram o negócio para uma plataforma de publicidade em e-books e se mudaram para o Vale do Silício. Investiram mais de R$ 300 mil no projeto.

Lá, perceberam que era melhor mudar de ideia – a empresa não estava indo para frente. “Exigia muito mais dinheiro e tecnologia do que tínhamos”, afirma. Mesmo assim, Giroto diz que a viagem foi importante para enxergarem uma tendência: o ensino de programação entre os jovens.

Na memória

O empreendedor se deparou, no período que estava no Vale do Silício, com iniciativas de empresas como Google, Facebook e Linkedin. “Na hora que eu vi essas ações lembrei da minha infância. Eu nunca tinha parado para pensar em como foi importante aprender a programar ainda quando era criança.”

Foi nessa hora que o casal deu o primeiro passo para a fundação da SuperGeeks. Aproveitaram o fato de que estavam vivendo nos Estados Unidos e foram atrás de escolas que já adotassem disciplinas como programação em suas grades. “Percebemos que até lá o tema ainda estava engatinhando”, diz Giroto.

Alunos assistem às aulas na SuperGeeks, escola de ciência da computação (Foto: Divulgação)

Os dois decidiram, então, retornar ao Brasil para estruturar o negócio. Em parceria com Vanessa, professora de formação, desenvolveram uma metodologia “com linguagem e software profissionais”. Colocaram um site no ar com a intenção de descobrir quantos pais tinham interesse em matricular seus filhos. Em um mês, 18 mil cadastros.

Em crescimento

Com R$ 15 mil, alugaram um espaço, compraram máquinas usadas e inauguraram a primeira SuperGeeks em maio de 2014. A escola cobre diferentes áreas da ciência da computação, cobrindo temas como segurança na rede, inteligência artificial, realidade virtual e aumentada, e robótica. “Não queríamos só programação”, diz Giroto.

Em menos de um ano, a escola já contava com 240 alunos. Desde então, a rede só cresceu. De acordo com o empreendedor, a SuperGeeks fechou 2017 com 5 mil alunos, em todo país. Ao todo, são 45 unidades entre escolas próprias e franquias.

A rede ministra cursos de robótica, games, edição de vídeos e ciência da computação. “Percebemos que usar artifícios como games e YouTube era uma boa maneira de manter a atenção das crianças”, diz Giroto. Em média, o valor da mensalidade é de R$ 250 – os cursos podem durar até seis anos, como o regular em programação.

A empresa fechou 2017 com R$ 12 milhões de faturamento. Em 2018, a empresa iniciou seu processo internacionalização: três unidades devem ser inauguradas em Portugal. Além disso, os dois esperam dobrar o faturamento este ano.

FONTE: Pequenas Empresas Grandes Negócios