Casa do Vinho Verde vai concorrer com as Caves do Vinho do Porto

RUI DUARTE SILVA

A Região dos Vinhos Verdes vai criar um projeto de enoturismo no Porto, mesmo no limite do centro histórico da cidade. Será o KM Zero da Rota dos Vinhos Verdes, numa localização privilegiada, com vista para o Douro.

Pelas Caves do Vinho do Porto, em Gaia, passam mais de um milhão de turistas por ano. Quase em frente, do outro lado do rio, a sede da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes vai passar a oferecer um novo palco de visita a quem está na cidade.

“E o Porto passará, assim, a ser uma grande capital de dois vinhos”, afirma Manuel Pinheiro, presidente da CVRVV que apresenta este projeto como “um bom complemento à oferta das caves do Vinho do Porto”.

O valor do investimento ainda não está definido, mas a decisão está tomada e a obra vai avançar para abrir as portas ao público até 2020, anunciou Manuel Pinheiro na Gala anual do Concurso “Os Melhores Verdes”.

Para isso, a CVRVV vai mudar a sua sede, na rua da Restauração, no Porto, para o edifício contíguo, deixando o centenário Palácio Silva Monteiro, de 1851, livre para receber o novo projeto, onde os turistas poderão fazer provas de Vinho Verde sem hora marcada, visitar um museu interativo, de aromas e sabores e, também, passear pelos jardins da Casa do Vinho Verde.Tudo, junto ao limite das fronteiras do centro histórico do Porto.

Com a nova oferta turística, Manuel Pinheiro acredita que o Vinho Verde poderá ganhar espaço para atrair mais turistas até à Região, que começa nas fronteiras da cidade, uma vez que a sua primeira quinta fica vizinha cidade da Maia.

O plano de atividades a encaixar nesta oferta que reforça a ligação entre o Porto e a Rota do Vinho Verde ainda está a ser preparado, mas pode incluir uma festa de vindimas, adiantou Manuel Pinheiro.

Outra frente de trabalho da CVRVV é a valorização da região e dos seus vinhos. “Depois de o Vinho Verde se consolidar como uma grande região, tem de consolidar-se como uma região de grandes vinhos”, sublinha.

E, diz o presidente da CVRVV, o concurso “Os Melhores Verdes” é, também, um indicador desse caminho no sentido do “valor e da qualidade”. O número de participantes aumenta a cada edição e “isso é sinónimo de uma Região mais competitiva, orientada para o crescimento e para a presença em diferentes mercados”, sublinha.

E OS PREMIADOS SÃO….

Este ano, o júri que escolheu os Verdes do ano provou 280 amostras agrupadas em oito categorias e distinguiu 27 vinhos verdes nas categorias ouro e prata.

Um júri internacional composto por convidados de nove países para avaliar “os melhores dos melhores”, selecionou os “melhores dos melhores” ou os “Best of Vinho Verde 2018”, como a região designa os cinco vinhos que serão os seus embaixadores em todas as ações desenvolvidas nos mercados de exportação.

Desta vez, este grupo de cinco combina uma diversidade de castas, do loureiro ao alvarinho, avesso e azal: Quinta de Linhares Azal 2017, Quinta da Raza Colheita Selecionada Avesso 2017, Quinta do Regueiro Primitivo Alvarinho 2015, Quinta do Regueiro Reserva Alvarinho 2017 e Casal de Ventozela Loureiro 2017.

Em 2017, pela primeira vez em mais de 100 anos de história, a região vendeu mais vinhos no estrangeiro do que no mercado nacional, o que significa que as exportações rondaram os 60 milhões de euros e levaram o Verde a 107 países.

FONTE: EXPRESSO ECONOMIA