Cartões de crédito de fintechs caem no gosto de consumidores

Isenção de taxas e menos burocracia. Esses são alguns dos motivos que estão levando os consumidores brasileiros a aderirem aos cartões de crédito das fintechs, que são startups que oferecem serviços financeiros por meio de plataformas digitais. Recentemente, um levantamento da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) feito em parceria com o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) indicou que 40% da população já utilizou cartão de crédito de alguma fintech nos últimos 12 meses.

O engenheiro de qualidade, Marcelo Roberth Andrade, de 40 anos, possui dois cartões de fintechs, sendo um deles há um ano e meio e outro adquirido há noves meses. De acordo com ele, diante da satisfação que oferecem aos clientes, ele acredita que a tendência seja cada vez mais consumidores aderirem a esse formato de cartão.

Eu conheci o cartão por meio de um anúncio no Facebook, há um ano e meio. Inicialmente meu limite era baixo, mas atualmente ele aumentou em cem por cento, se for comparar com o início. Também tenho outro, que adquiri mais recentemente e com um limite ainda maior, mas que ainda não aumentou. Eu conheço várias pessoas que têm esses cartões e acho que vai ser uma tendência pela facilidade e acesso pelo aplicativo, que tem um chat para dúvidas, pedidos, entre outros serviços, tudo com muita agilidade – comentou o engenheiro.

 A gestora de Recurso Humanos, Taciana Oliveira, de 36 anos, conheceu o cartão de crédito de uma famosa fintech por meio de uma amiga, que a enviou um link pelo celular para que pudesse solicitar o mesmo, No começo ela conta que achou inseguro repassar dados pessoais para um aplicativo, mas, hoje, também faz parte da lista de consumidores satisfeitos com o cartão.

“Na primeira tentativa eu consegui aprovar o meu cartão e hoje não vivo sem ele e procuro sempre pagar em dia, para conseguir vantagens como, por exemplo, aumentar o limite. Tenho outros dois cartões, mas confesso que ele é o mais usado. No começo meu limite era de R$ 400 reais, isso há quase dois anos, e hoje é de R$ 1,8 mil e pra mim já está ótimo. O fato de não pagar taxas e anuidades é, sem dúvidas o que tem levado muitas pessoas a também usarem”, disse a gestora.

A comerciária Kelli Krull da Silva, de 33 anos, é outra que está usando um cartão de crédito e também uma conta poupança por meio de um fintech desde setembro do ano passado. Assim como grande parte dos usuários, ela também foi atraída pela isenção da anuidade e das tarifas bancárias, comuns em outros cartões. “Eu utilizo o meu para tudo, compro muito com ele e já consegui aumentar o meu limite, de setembro até agora. Eu descobri que se pagar em dia ou antecipado as chances de aumentar o limite são maiores e realmente deu certo. Além do cartão de crédito eu também tenho uma conta poupança, sem tarifas, através da qual não consigo sacar, mas consigo fazer transferência para outra conta poupança. Gosto muito do meu, ele é aceito em diversos lugares e eu indico para várias amigas”, disse a comerciária.

Para CNDL, experiência é positiva

Para o presidente da CNDL, José César da Costa, o segredo do crescimento no uso dos cartões das fintechs está na qualidade da experiência e no fato dessas instituições atenderem a uma parcela da população que até então não encontrava amparo nas instituições financeiras tradicionais.

“As fintechs de cartões têm a vantagem da funcionalidade e fluidez dos aplicativos. Então, o atendimento ágil e transparente contrasta com a lentidão e a burocracia dos grandes bancos”, diz Costa. “Além disso, em um banco tradicional, muitas vezes os correntistas não conseguiam acesso ao crédito, já as fintechs oferecem esses serviços com mais facilidade”, explica o presidente.

De acordo com ele, a concorrência entre os bancos tradicionais e as fintechs é boa para todos. “As startups chegam com soluções criativas e customizadas, deixando os preços mais competitivos, enquanto empresas já estabelecidas agem para melhorar sua estrutura de produtos e serviços”, afirma Costa.

Prova de que caiu no gosto dos consumidores é que a maior fintech da América Latina já conta com mais de 8 milhões de clientes e é uma das empresas mais inovadoras do mundo, segundo o ranking 2019 da Fast Company.

Sua sede está localizada em São Paulo e a empresa também possui um escritório de engenharia em Berlim e um escritório na Cidade do México. Entre os produtos da empresa estão a NuConta, uma conta digital, um cartão de crédito internacional, ambos sem taxas, e empréstimos pessoais. Em 2018, após o lançamento de seu novo design de cartão de crédito, a fintech foi destaque no Guinness Book of Records por fazer o maior unboxing do mundo.

FONTE: DIÁRIO DO VALE