Bravium levanta R$ 100 milhões com a Bridge One

Startup que orbita o universo dos programas de fidelidade fatura mais de R$ 400 milhões por ano

A Bravium está prestes a atingir os R$ 450 milhões em faturamento com uma trajetória que pouco lembra uma típica startup. Geradora de caixa, a companhia desenvolveu um ecossistema que orbita os programas de fidelidade de grandes empresas sem nunca precisar recorrer ao capital de terceiros. Até agora.

Com um histórico de parceria com algum dos clientes mais relevantes nesse mercado — Smiles, Tudo Azul e indústrias como Ambev e Bayer contratam os serviços da Bravium —, a startup aceitou a provocação de um velho conhecido para fazer uma rodada de investimentos e crescer mais rápido.

Numa relação que começou na Fundação Estudar, organização financiada por Jorge Paulo Lemann que oferece bolsas de graduação e pós-graduação, os sócios da Bravium e o também bolsista João Brandão, hoje CEO da gestora Bridge One, conversavam despretensiosamente quando o investidor sugeriu um aporte.

Os diálogos ganharam corpo e culminaram em uma rodada que fugiu até do tamanho habitual dos cheques de Bridge One, firma de venture capital que já investiu em startups como Mandaê (vendida à Nuvemshop) e Stilingue (comprada pela Take Blip).

Tipicamente, a firma assina cheques de R$ 20 milhões a R$ 25 milhões, mas a Bravium acaba de levantar R$ 100 milhões com a Bridge One. Desse total, a gestora comandada por Brandão colocou R$ 25 milhões de seu próprio fundo e o restante veio do co-investimento de limited partners que gostaram da tese.

A maior parte da rodada foi primária, mas também houve uma pequena secundária. “É um negócio que está crescendo 50% ao ano, gerando caixa com margem bem expressiva. E eles nunca tiveram um investidor”, disse Brandão ao Pipeline.

Fundada em 2007, a Bravium é o resultado de três companhias diferentes fundadas por Ricardo Garcias e um grupo de sócios que inclui Adelmo Inamura, o atual CEO da companhia. Reunidas em um só guarda-chuva para viabilizar a rodada, o grupo surgiu com a Satelital, empresa que oferece toda a infraestrutura logística — o fullfilment — para programas de fidelidade de aéreas como Gol e Azul.

Com o passar do tempo, Garcias e os sócios criaram outros dois negócios: a Bravium, que agora passou a denominar o grupo todo, é um negócio especializado em gerenciar programas de fidelidade para indústrias como Ambev, Avon e Bayer. O terceiro e mais recente negócio é a Atrus, que oferece os serviços de full commerce — um modelo onde compete com a Infracommerce — para empresas que atuam no BtoB ou BtoC.

Além desses negócios, a Bravium também detém 15% da Orbia, joint venture com a Bayer que se transformou no maior programa de fidelidade para agricultores do mundo. Nos últimos anos, a JV se converteu evoluiu para um marketplace agrícola que prevê atingir R$ 3 bilhões em GMV. A norueguesa Yara, de fertilizantes, e o Itaú também são sócios da Orbia.

Para Inamura, a rodada vai permitir à Bravium ganhar escala no full commerce, além de expandir as operações no exterior. O grupo já atua em sete países da América Latina além do Brasil.

FONTE: https://pipelinevalor.globo.com/startups/noticia/bravium-levanta-r-100-milhoes-com-a-bridge-one.ghtml