Brasileiros poderão investir na produção de filmes padrão Hollywood

Operação estruturada pela fintech Hurst Capital captará recursos para atividades cinematográficas.

O cinema brasileiro sempre sofreu com a falta de recursos e dependeu de financiamentos públicos ou de leis específicas para atrair capital privado. Essa realidade pode mudar, porém, graças a um novo formato de captação financeira. A fintech Hurst Capital, especializada em ativos alternativos, deu início no dia 31 de outubro a uma operação de investimento na produção cinematográfica Swimming Home.

Ambientada na Grécia e baseado em obra literária homônima da escritora britânica Deborah Levy, o longa-metragem conta com a participação de artistas como Mackenzie Davis, de Blade Runner 2049, Christopher Abbot (The Sinner), e Ariane Labed (A odisséia de Alice). É um projeto internacional. Além da produtora brasileira Reagent Media, fundada por Paula Linhares e Marcos Tellechea, há a coparticipação de empresas da Grã-Bretanha, da Grécia e da Holanda. A direção é de Justin Anderson.

Conhecida por lançar a tese de investimentos em royalties musicais, a Hurst está atenta a projetos cinematográficos que podem ser rentáveis para os investidores. Segundo a diretora responsável pela operação, Ana Gabriela Pereira Mathias, a entrada no financiamento de filmes faz parte de um projeto de transformação da fintech em um ecossistema de investimento em entretenimento.

“Na música há grandes conglomerados de mídia com acesso a artistas e catálogos. Mas para filme os recursos são mais escassos. A operação da Hurst é inédita e representa dinheiro novo para a indústria cinematográfica”, afirma a diretora.

Operação
Para os investidores, a projeção é de rentabilidade de 17,47% no cenário base, cujo prazo é de 16 meses. Em um cenário mais otimista, também de 16 meses, o retorno pode chegar a 35,35%. No mais pessimista, 24 meses, a 3,19%. O aporte mínimo é de R$ 10 mil, e a operação será feita em duas tranches. A primeira, já disponível, busca captar R$ 924,6 mil. A segunda deve ocorrer dentro de quatro meses. “Como a operação é em dólar, a operação oferece proteção à valorização da moeda americana”, diz Arthur Farache, CEO da Hurst Capital.

A tese da Hurst é de que Swimming Home possa gerar bons retornos a partir de participações em festivais de cinema em 2023. O sucesso nestes eventos deve gerar interesse de distribuidores e de streamings como Netflix, Prime Video, HBO, GloboPlay, entre outros canais de exibição. Outro ponto é que os filmes se transformaram em commodities, pois são fáceis de serem acessados, além do que, é um ativo descorrelacionado do mercado financeiro tradicional, o que o torna um bom ativo para diversificação.

FONTE: https://forbes.com.br/forbes-money/2022/11/brasileiros-poderao-investir-na-producao-de-filmes-padrao-hollywood/