Big data gera eficiência no setor financeiro

Como a análise inteligente de dados já faz parte do cotidiano das pessoas e afeta os serviços de maneira positiva

O termo já não é mais tanto novidade e há alguns anos falar em big data assusta cada vez menos, apesar de ainda representar um universo intrigante: o da análise de dados em massa para tomada de decisões. Para muito além de polêmicas que envolvem o uso de dados pessoais com as redes sociais, o big data revoluciona a maneira como diversos produtos são consumidos. Mesmo sem saber, todos estão sendo beneficiados com essa tecnologia. Uma revolução que gera lucro e movimenta o mercado, como aponta o McKinsey Global Institute ao estimar que o impacto econômico da automação do conhecimento chegará a US$ 6,7 trilhões anualmente até 2025.

Formado em Sistema da Informação pela Universidade Federal de Minas Gerais, Pedro Lopes juntou-se ao economista Guilherme Paiva e ao Guilherme Cordeiro, bacharel em Ciência da Computação, e criaram a Kapputo, uma das startups selecionadas para compor o Hubble – programa do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais para tracionar novas empresas no mercado, operado pela LM Ventures. O método de análise que elaboraram permite fazer avaliações até 90% mais baratasde imóveis e terrenos e pode reduzir o que convencionalmente leva até um mês para poucos segundos, graças ao cruzamento eficiente de dados.

 A nova tecnologia chamou a atenção do banco, principalmente por ser voltada ao mercado institucional, com foco em fundos de investimentos e transações bancárias que dependem das avaliações sobre o mercado imobiliário. “Além de ser mais rápido, a assertividade é muito maior por trabalhar com uma base de dados extensa. Fazemos análise de centenas ou milhares de propriedades, a depender da região, enquanto o avaliador compara em média 10 unidades”, acrescenta Pedro.

Também participante do Hubble, cujas atividades começaram em janeiro deste ano, a Datta, startup de São Paulo, chega mostrando como o universo dos bytes pode ser usado para criar um ecossistema corporativo propício para melhorar o acesso a crédito por parte das empresas e aumentar suas oportunidades de negócios. “A plataforma foi criada como ferramenta para controle de processos corporativos, transformando os dados obtidos na operação do dia a dia em informações transparentes e trabalhadas para ajudar na tomada de decisão. Dentre as funcionalidades, a Datta facilita o gerenciamento de cadastro de fornecedores e clientes, possibilita uma análise de crédito mais assertiva para as empresas e oferece automação de todo o processo de compras das companhias”, explica Rafael Corrêa, sócio-fundador da Datta e profissional com mais de 20 anos de experiência no mercado financeiro.

Conectando bancos, clientes, fornecedores e suas informações por meio do cruzamento de dados, a startup faz uso de big data e inteligência artificial para melhores resultados operacionais e analíticos, diminuindo em aproximadamente 23% os custos internos e podendo aumentar em até 68% a eficiência do processo, em termos de ganho de escala e agilidade nas cotações.

É dessa maneira que a associação das startups a grandes players de mercado chega ao consumidor final, que se beneficia do aperfeiçoamento da qualidade, na agilidade dos processos e indiretamente do melhor uso de recursos. “Há um grande potencial de desenvolvimento ao entrar no mercado dos bancos e ampliar a cartela de clientes. Com nossas ferramentas, ajudamos a cortar custos que sairiam de capital público, como no caso do BDMG, que opera para levar soluções de desenvolvimento a empresas dos mais variados setores”, completa Pedro.

 FONTE: TERRA