Bel quer ser o Google dos imóveis e atraiu investidores para a tese

Rodada pré-seed de R$ 2,5 milhões foi levantada com fundadores e executivos de outras startups, como Movile, Shopee e Hashdex.

Maria Eduarda Herriot, Guilherme Mitre, Rodrigo Fraga e Gregorio Kelner: fundadores da Bel — Foto: Divulgação

A proptech Bel mal fechou sua rodada pré-seed e já quer começar a engatar o próximo round. Na primeira captação desde que entrou em operação, em janeiro deste ano, a companhia levantou US$ 460 mil (cerca de R$ 2,5 milhões), com fundadores de companhias como Movile, Hashdex e Hotel Urbano.

A proposta da Bel é fazer uma varredura em tudo quanto é anúncio de imóvel na internet e reunir essa base num só lugar, permitindo que, com uma série de filtros, o cliente consiga reduzir a agonia de semanas ou meses de busca por um apartamento ou casa. Com a operação hoje restrita ao Rio de Janeiro, a companhia foi avaliada em US$ 5,4 milhões na rodada.

“É um buscador, como um Google de imóveis. Mas queremos diminuir o tempo que as pessoas gastam nessa procura, utilizando inteligência artificial para agrupar aqueles com as características desejadas”, diz Gregorio Kelner, CEO e um dos quatro fundadores da Bel. A diferença para apps como Quinto Andar ou Loft é que a plataforma traz dados de outras imobiliárias, ao invés de montar uma carteira própria, já eliminando anúncios repetidos e aqueles já indisponíveis – o que não acontece na lista do ZAP, por exemplo, onde um mesmo imóvel chega a aparecer em diferentes postagens.

“A gente viu um imóvel em Copacabana com mais de 50 anúncios em diferentes sites. Cada um tinha uma foto, uma especificação, a descrição incorreta, que é o que faz o comprador perder tempo. A gente limpa essa base para encurtar a jornada e melhorar a experiência do usuário final”, diz. “Se é uma imobiliária parceira, a gente ganha pela geração de lide. Se não é, a gente perde essa comissão mas acumula dado”.

Kelner e os cofundadores Guilherme Mitre e Rodrigo Fraga já haviam fundado a fintech iU Pay, e a cofundadora Maria Eduarda Herriot já havia criado a LegAut, empresa de análise de documentação para o mercado imobiliário vendida justamente ao Quinto Andar.

A Bel tem hoje parceria com três imobiliárias no Rio, incluindo a Lopes Enjoy e o app EmCasa, para venda – aluguel está nos planos, mas sem data. São 314 mil imóveis na cidade na base. “Geramos hoje de cinco a 10 lides por dia para as imobiliárias”, diz. O próximo passo em termos geográficos é São Paulo, onde há volume elevado de classificados.

O pré-seed reuniu Rafael Duton, cofundador da Movile, Gustavo Debs, fundador da Zup, Tulio Kehdi, fundador da Raccoon, Gustavo Caetano, fundador da Sambatech, o ex-VP do ZAP Ricardo Feferbaum, o fundador da Hashdex Marcelo Sampaio, Roberta Antunes, fundadora do Hotel Urbano, Gabriel Guimarães, sócio da Brex, Marcello Berland, ex-CEO da Shopee, o consultor Geraldo Ferrer e o fundo Orla Ventures.

A ambição no seed é já saltar para um patamar de US$ 3 milhões a US$ 5 milhões em captação, fechando no segundo semestre. Mesmo num cenário mais desafiador para startups de forma geral e com empresas de referência passando apuros para manter o balanço em dia, caso da Loft, o CEO diz que é possível crescer e garantir funding, uma vez que a Bel nasceu já nesse novo contexto e tem operação enxuta.

FONTE: https://pipelinevalor.globo.com/startups/noticia/proptech-bel-quer-ser-o-google-dos-imoveis-e-atrair-investidores-para-a-tese.ghtml