A ficção já contou histórias de pais e mães que tiveram seus filhos trocados na maternidade, logo depois do nascimento da criança. Por conta disso, o Ministério da Saúde lançou uma portaria em fevereiro de 2018 obrigando que hospitais passem a registrar por biometria os recém-nascidos. O processo já começou a ser implantado em uma instituição de Belo Horizonte, Minas Gerais.
“Os dedos dos recém-nascidos são muito pequenos, as papilas das digitais são muito próximas. Já a impressão palmar é muito maior. Dá para extrair muito mais informação para identificar e registrar o recém-nascido”, diz João Weber, diretor da companhia.
Os dados são enviados para a declaração de nascidos vivos, o documento necessário para retirar a certidão de nascimento de uma criança. O sistema é capaz de registrar a palma do bebê e já enviar para um software para o sistema da declaração.
“Ainda na sala de parto, as mãozinhas do bebê são registradas por um leitor, que automaticamente vincula as imagens à identidade da mãe ou responsável. Nenhum bebê pode ser retirado da maternidade sem passar pelo reconhecimento biométrico”, diz Weber.
A biometria também evita outro problema muito comum das maternidades. Estimativas do Cadastro Nacional de Adoção (CNA) são de que há pelo menos 7 mil crianças abandonadas quando bebês aptas para adoção no Brasil. Os dados são de 2017. “Com o cadastramento neonatal obrigatório, o bebê abandonado terá rapidamente sua identidade reconhecida, assim como aquela da mãe e dos responsáveis”, levanta Weber.
O sistema deve, aos poucos, ser implementado por outros hospitais do Brasil, uma vez que a adoção da nova tecnologia é obrigatória em todo o país.
FONTE: CANAL TECH