BANCOS CRIAM “CREDIÁRIO NO CARTÃO DE CRÉDITO”, COM JUROS E MAIS PARCELAS

Lojistas que aceitarem a nova forma de pagamento receberão dinheiro em cinco dias, mas deverão pagar taxas maiores

Nova forma de pagamento deve estar totalmente disponível até o fim de abril (Foto: Reprodução)

Os bancos brasileiros anunciaram a criação de uma nova forma de pagamento: o “crediário no cartão de crédito”. Essa nova modalidade de compra, ao contrário do uso atual do cartão, cobrará juros dos clientes. Em contrapartida, os empresários receberão o valor das compras no crediário em cinco dias – e não em um mês, como ocorre na modalidade sem juros.

A informação foi confirmada pela Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito (Abecs), que afirma que as maquininhas das marcas Cielo, Getnet e rede já têm a nova forma de pagamento disponível. Outros bancos e empresas de crédito implementarão a novidade em breve. A entidade estima que o “crediário no cartão” estará totalmente disponível até o fim de abril.

Vale ressaltar que a modalidade de crédito vigente hoje, sem juros, continua disponível, e que os lojistas poderão escolher se usarão a nova forma de pagamento ou não.

Com a chegada do “crediário”, as maquininhas de cartão deverão apresentar três simulações de parcelamento, com prazos de pagamento e juros diferentes, com valores que variam dependendo do banco ou instituição financeira. O perfil de cada consumidor e o tipo de compra também serão levados em conta ao estabelecer valores e juros. A Abecs estima que os clientes poderão parcelar suas compras em até 36 vezes.

A medida traz pontos positivos e negativos para empreendedores e clientes.

Para os lojistas, receber os pagamentos em cinco dias é algo bom, pois fortalece o capital de giro desses empresários. No entanto, Paulo Solmucci, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) e diretor da União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (Unecs), disse ao “UOL” que espera que as taxas cobradas no “crediário” serão mais salgadas.

Para o consumidor, a vantagem é poder comprar produtos e serviços em prestações mais suaves. No entanto, o maior prazo de pagamento tem efeitos colaterais. De acordo com Solmucci, consumidores de baixa renda serão prejudicados, pois serão considerados “clientes de risco”. “Eles pagarão mais juros por causa do risco de não pagamento da dívida”, afirmou.

FONTE: PEGN