Baidu e Xiaomi fecham parceria para o mercado chinês de IA e Internet das Coisas

O CEO da Xiaomi Lei Jun (esq.) e o presidente e COO da Baidu Qi Lu, durante anúncio da parceria em Pequim

A Baidu e a Xiaomi, duas das quatro maiores companhias de tecnologia da China (as demais sendo Tencent e Alibaba) anunciaram hoje, durante a primeira Conferência de Desenvolvedores da fabricante de dispositivos em Pequim uma nova parceria estratégica de modo a focar esforços em dois novos e promissores mercados, o de Inteligência Artificial e o de Internet das Coisas.

A jogada conjunta não surpreende se pararmos para pensar. Primeiro, ambas companhias vêm investindo separadamente em IoT e IA há um bom tempo: o Baidu está migrando seus negócios de modo a bater de frente com os grandes do mercado, principalmente seu rival direto Google para se tornar a maior empresa focada em Inteligência Artificial do mundo; já a Xiaomi, que emula boa parte da filosofia da Apple no desenvolvimento de seus produtos possui uma série de dispositivos que podem e serão dotados de recursos de Internet das Coisas, desde os mais tradicionais como laptops, smartphones, tablets e TVs a purificadores de ar, aspiradores de pó robóticos, scooters inteligentes, cafeteiras e por aí vai; a empresa informa que possui 85 milhões de itens conectados atualmente ativos.

Segundo, tal empreitada é uma meta imposta pelo governo chinês de fortalecer o desenvolvimento de novas tecnologias internamente, principalmente em IA e IoT, de olho obviamente em combater o avanço de empresas externas no país (a aversão do premiê Xi Jinping a multinacionais instaladas na China é notória); isso posto, num primeiro momento a parceria visará estender o alcance principalmente da Baidu no território chinês, através dos produtos da Xiaomi que receberão seu software de IA de agora em diante, sem falar no desenvolvimento conjunto de novas soluções no futuro. Financeiramente falando a jogada não é tão vantajosa para a fabricante de dispositivos, mas ela terá eventualmente acesso a produtos mais especializados com os quais a parceira trabalha nas áreas de robótica, Realidade Aumentada e Virtual e veículos autônomos, o que a médio prazo pode ser vantajoso em sua estratégia para o mercado externo.

Os detalhes acerca da parceria não foram revelados ainda; a princípio ambas irão explorar oportunidades em visão computacional, deep learning e reconhecimento de voz, assim como concentrar esforços no DuerOS, o sistema operacional conversacional da Baidu que já está presente em alguns produtos da Xiaomi. Com isso ambas terão força suficiente para evitar a expansão de empresas como Apple, Google, Microsoft, Amazon e outras na China apresentando elas próprias suas soluções na área, e posteriormente poderão levar suas soluções conjuntas a outros mercados. Mas isso, só o tempo dirá.

Fonte:  Meio Bit