Avião híbrido e elétrico pode se tornar realidade em breve

Os pequenos aviões de propulsão híbrida e elétrica já estão quase prontos para decolar

A Airbus planeja transformar um BAE 146 em um avião híbrido e elétrico (Fonte: Reprodução/Airbus)

Os carros elétricos não poluem o meio ambiente, são silenciosos e, ao que tudo indica, representam o futuro da indústria automobilística. A empresa americana Tesla, que se esforçou para eliminar a imagem de “natureba” dos carros elétricos, está com um grande número de encomendas para seu carro de preço mais acessível, o Model 3. A fabricante de automóveis sueca, Volvo, disse que a partir de 2019 todos os seus carros serão parcialmente elétricos. A Volkswagen tem planos de oferecer a opção de carros elétricos em todos os seus modelos. A General Motors fez comentários semelhantes. Alguns países, como China, Reino Unido e França, querem proibir a fabricação de veículos movidos a gasolina e a diesel em alguns anos.

A tecnologia de fabricação de carros elétricos não se aplica com facilidade a algumas formas de transporte. A aviação é a mais complexa em razão do peso. Os combustíveis fósseis contêm cerca de 100 vezes mais energia do que uma bateria de íons de lítio. Na estrada, esse problema pode ser contornado. Mas para uma máquina pesada que precisa decolar, é bem mais difícil de resolver.

Porém, apesar dessa dificuldade, diversas empresas estão desenvolvendo uma tecnologia de propulsão híbrida e elétrica para aviões. Alguns se assemelham a carros voadores, como o projeto Kitty Hawk Flyer que Larry Page, um dos fundadores do Google e atual CEO da Alphabet, está financiando. Outros projetos, como o de fabricação de táxis aéreos autônomos, parecem aviões-robô.

Em um projeto mais ambicioso, em 28 de novembro, a companhia aérea Airbus, a Rolls-Royce, um fabricante britânico de motores a jato, e a empresa Siemens firmaram uma parceria a fim de construir um protótipo híbrido e elétrico para a aviação comercial. “Estamos entrando em um novo mundo da aviação”, disse Frank Anton, diretor da Siemens eAircraft.

A Airbus planeja transformar um BAE 146, um avião de 100 lugares movido por quatro motores a jato convencionais, em um avião híbrido e elétrico. O primeiro passo consiste na substituição de um dos motores por um motor elétrico de 2 megawatts. Assim como em carros híbridos, o motor será alimentado por uma bateria e por um pequeno motor a jato instalado na parte traseira da fuselagem e conectado a um gerador.

O E-Fan tem previsão de fazer seu primeiro voo em 2020, após testes terrestres. Caso o voo seja bem-sucedido, um segundo motor no avião será substituído. De acordo com a equipe da Airbus, o projeto do E-Fan fornecerá dados para construir um avião híbrido e elétrico com 50 a 100 assentos em 2030.

Outras empresas também estão investindo na tecnologia de propulsão híbrida e elétrica. Com o apoio financeiro da Boeing e da companhia aérea JetBlue, a startup Zunum Aero, com sede em Seattle, tem planos de transportar seus primeiros passageiros em um avião de 12 lugares em 2022.

Segundo as empresas envolvidas no desenvolvimento de sistemas de propulsão híbridos e elétricos, esses projetos são um passo importante para transformar os aviões elétricos em realidade, uma forma de transporte segura, eficiente e econômica.

FONTE: OPINIÃO & NOTÍCIA