Autopass leva pagamento sem contato para ônibus de Jundiaí (SP)

Cidade será a primeira da América Latina a aceitar tecnologia Near Field Communication em cartão de crédito e de débito em seus 350 ônibus

Autopass, um dos maiores nomes nacionais de tecnologia para mobilidade urbana, tem mais de dez anos na operação de bilhetagem eletrônica na Grande São Paulo com o cartão Bom, aceito diariamente em uma frota de 6 mil ônibus nos 39 municípios da Região Metropolitana de São Paulo. Agora, a empresa dá um salto importante em sua missão de facilitar a vida do cidadão e contribuir para a construção de cidades inteligentes com sua chegada à Jundiaí.

A empresa implantou na cidade do interior de São Paulo seu sistema de pagamento de passagem com cartões ou celulares com função de débito e crédito com tecnologia sem contato, a Near Field Communication (NFC), tornando Jundiaí a primeira na América Latina a aceitar a tecnologia em toda a sua frota de 350 ônibus. A novidade poderá ser usada a partir de dezembro deste ano, quando haverá um lançamento oficial da iniciativa junto com a Prefeitura local.

A solução de pagamento sem contato por meio do cartão de crédito, débito, pré-pago e celulares já é utilizada nos principais sistemas de transporte do mundo, observa Rubens Fernandes Gil Filho, CEO da Autopass. O executivo, que se mantém sempre em linha com as novidades globais em mobilidade urbana, aponta que outras cidades demonstraram interesse na tecnologia e em breve será possível acompanhar novas cidades operando com ela.

“É uma grande conveniência para o cidadão. Segundo nossas estimativas, 30% das pessoas que usam transporte público optam pelo dinheiro. Queremos eliminar o uso do papel e ir para o digital”, comenta. Segundo o executivo, algumas cidades avaliam, ainda, o uso de QR Code para pagamento. “Acredito na convergência do NFC e do QC Code”, observa.

Apesar de a tecnologia NFC demandar smartphones com a tecnologia e hoje somente os aparelhos mais caros contarem com ela, Gil Filho aponta que a Samsung trará no próximo ano para o Brasil telefones com preços mais acessíveis com NFC. Além disso, as bandeiras de cartões lançarão adesivos e pulseiras para pagamentos.

Evolução dos negócios

O CEO da Autopass contou em conversa com o IT Forum 365 que investirá R$ 96 milhões nos próximos cinco anos para a evolução de suas tecnologias, como QR Code e cloud computing, a base para suportar o crescimento dos negócios por aqui.

Hoje, já são mais de 8 milhões de cartões Bom, com 3,3 milhões de transações por dia em 14 cidades. Mas a expectativa é de crescimento substancial desses números e a infraestrutura precisa estar preparada. “Estamos prontos para atender a demanda atual e futura”, garante Mauricio Arrausi, CIO da Autopass, que chegou recentemente à companhia para aprimorar sua estratégia de tecnologia.

Em 2018, a Autopass espera desembarcar em quatro novas cidades e agregar serviços ao Bom. Hoje, a empresa já oferece descontos em redes de farmácias e mais de 400 mil medicamentos foram vendidos com o cartão desde maio deste ano, mas a ideia é nos próximos meses lançar um aplicativo, que reunirá recarga de cartões de transporte, consulta de saldo e extrato, gestão das despesas, conteúdo e entretenimento, compra de bilhetes QR codes e big data com informações sobre hábitos e perfil do cliente.

E com a mentalidade de que mobilidade urbana vai muito além do ônibus, a Autopass trabalha para agregar recursos relacionados ao transporte de bicicleta e também estacionamento. “Temos novidades no forno”, garante Gil Filho.

Futuro

Há um ano, a Autopass iniciou um estudo de mobilidade urbana com a Universidade de São Paulo (USP) e posteriormente com a consultoria Accenture para entender e ficar em linha com a evolução do mercado de mobilidade urbana. “Mapeamos os maiores cases no mundo e vimos que muitos locais estão ainda incorporando os avanços tecnológicos. No Brasil, a total disrupção do modelo deverá acontecer em três anos”, prevê Gil Filho.

Além do NCF e QR Code em operação em alguns municípios, o executivo destaca o uso de biometria facial em uma linha de ônibus que liga a cidade de Diadema, na Grande São Paulo, ao Brooklin, na capital paulista. “Sua função é avaliar se estudantes e idosos, que usam bilhetes especiais, são quem dizem ser, evitando fraudes”, explica ele, apontando que essa tecnologia abre oportunidades para pagamentos via biometria facial em um futuro próximo.

FONTE: IT FORUM 365