Arm pode ‘levar a inteligência artificial para todos’, diz diretor-presidente

A empresa controlada pelo grupo de investimentos japonês SoftBank estreou na bolsa americana Nasdaq nesta quinta-feira (14).

CEO da Arm, Rene Haas — Foto: LinkedIn/Rene Haas

Ampliar a oferta de microprocessadores prontos para aplicações de inteligência artificial (IA) é a oportunidade de mercado da britânica Arm, disse nesta quinta-feira (14) seu diretor-presidente Rene Haas. A empresa controlada pelo grupo de investimentos japonês SoftBank estreou na bolsa americana Nasdaq nesta quinta. Por volta das 16h22, as ações da Arm Holdings (ARM) subiam 14,53% e eram negociadas a R$ 58,41 na Nasdaq. Na quarta-feira (13), a Arm estabeleceu um preço de US$ 51 por ação para sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). A essa cotação, a companhia ficou avaliada em US$ 54,5 bilhões no que foi considerado o maior IPO do ano.

“Hoje, em Nova York e nas unidades da Arm em todo o mundo, estamos comemorando nossa reentrada nos mercados públicos e nossa próxima fase na construção do futuro da computação”, disse Haas, em um post no blog da empresa, publicado nesta quinta. O executivo destacou a proposta da Arm de oferecer arquiteturas para a criação de processadores de alto desempenho, mas com baixo consumo de energia, para produtos que funcionam com baterias, como a razão para que os chips baseados em Arm estejam presentes em mais de 99% dos smartphones do mundo. “E, hoje, é por isso que a abertura de capital da Arm em 2023 parece muito diferente daquela que a SoftBank tornou privada em 2016, já que cada mercado final exige maior eficiência energética combinada com mais desempenho”, comentou o CEO da companhia.

Hass lembrou que a empresa fundada em novembro de 1990, em Cambridge, no Reino Unido, e comprada pelo SoftBank em setembro de 2016 por US$ 32 bilhões, passou por “um longo caminho com muitas reviravoltas”. A companhia foi deslistada da LSE — a Bolsa de Londres — em 6 de setembro de 2016. Em 2020, a companhia quase foi adquirida pela americana Nvidia, em um negócio avaliado em US$ 40 bilhões e que foi barrado posteriormente por órgãos reguladores antitruste. “Mas saímos como uma empresa mais forte e resiliente”, comentou o executivo. O executivo frisou que o crescimento da Arm “não é mais definido apenas pelo mercado de smartphones”. Atualmente, além de smartphones, tablets e relógios inteligentes, a empresa gera receita com o licenciamento de sua arquitetura para a produção de chips embarcados em sistemas automotivos, dispositivos de internet das coisas, computadores pessoais e servidores que compõem a infraestrutura de serviços de computação em nuvem.

“Atualmente, 70% da população mundial depende da tecnologia Arm, o que nos coloca numa posição única para promover a IA em todos os dispositivos”, disse Haas. “E, como empresa pública, a Arm está numa posição mais robusta para fortalecer a nossa já talentosa equipe de engenharia e investir em mais oportunidades de IA”, completou o executivo. “A Arm e o seu ecossistema têm oportunidades ilimitadas porque tudo, hoje, é um computador e, na era da IA, as necessidades computacionais do mundo são insaciáveis”.

FONTE: https://valor.globo.com/empresas/noticia/2023/09/14/arm-pode-levar-a-inteligencia-artificial-para-todos-diz-diretor-presidente.ghtml