Argélia, Inteligência artificial, Neurociências, crise na Alemanha…

Abrimos esta Imprensa semanal, com a JEUNE AFRIQUE, que faz a sua capa, com a Argélia, as crianças de Bouteflika, que têm vinte anos e só conheceram o actual chefe de Estado.

Geração Bouteflika. Eles nasceram nos anos 90 e só conheceram um único presidente. Testemunham à JEUNE AFRIQUE, sobre a sua percepção da vida política, seus motivos de satisfação, sonhos e decepções.

Dalal Sahraoui, estudante de 20 anos, diz, que gostaria tanto, de amar o seu país. Mas não consegue, porque não é aceite como mulher livre. Os homens, na sua maioria, têm medo de mulheres livres, independentes e com atitude.

Por seu lado, Ziad Rabia, 27 anos, declara: “nasci no oeste de Argel, nos anos 90, tempos da morte e de medo. Um dia, terroristas, fizeram uma bomba explodir num prédio e fiquei traumatizado. Tive que consultar psiquiatras para me curar. Este tipo de experiência marca uma pessoa.

“Com a reconciliação nacional, proposta por Bouteflika, tivemos a paz; não conheci os seus predecessores, pelo que, não quero, objectivamente, pronunciar-me. Penso que Bouteflika é um excelente político”, nota o jovem argelino à JEUNE AFRIQUE.

LE POINT, por seu lado, faz a sua capa, com a pergunta, o que aprender? Como ter êxito na era da inteligência artificial, de 1 aos 99 anos. Estamos frente a novos desafios de aprendizagem profunda, realizada graças a redes neuronais, um esquema electrónico que imita o funcionamento do cérebro.

Joichi Ito, director do laboratório mídia do MIT, nesta era em que as máquinas integram o sistema de inteligência artificial, o nosso papel enquanto seres humanos é de nos adaptarmos o mais rapidamente possível.

Para tal, temos que que revolucionar continuamente a maneira de aprender. E para aprender a aprender é essencial que encontremos paixões e alimentá-las, sabendo que cada pessoa é diferente, sublinha o especialista do MIT.

Por seu lado, o português naturalizado americano, António Damásio, professor de neurociências, neurologia e psicologia na Universidade de Califórnia do sul, recomenda que aprendamos ciências da vida, biologia. Em entrevista ao LE POINT, por ocasião de um novo livro traduzido em francês, A Ordem estranha das coisas, ele afirma que temos que reabilitar os sentimentos.

“Não penso que possamos utilizar a inteligência artificial para compreender o ser humano. O cérebro não é apenas uma sequência de algoritmos. Um aspecto da nossa inteligência pode ser compreendido de um ponto de visto algorítmico, mas não os sentimentos. E são os sentimentos que nos informam sobre o que se passa no nosso corpo. Podemos sofrer, mas também ser felizes.

Aqueles que no Vale do Silício sonham que terão a eternidade com a inteligência artificial  estão a negar a realidade da morte ! Que seria da nossa vida se fôssemos um software informático ?, questiona o neurocientista luso-americano, António Damásio, na entrevista ao magazine LE POINT.

L’OBS, por sua vez, destaca o ministro da Ecologia, Hulot, que explica porque fica no governo e porque não renuncia nem ao clima, nem ao nuclear.

LEXPRESS, debruça-se sobre a verdade das vacinas. A partir de 1 de janeiro, a lista de vacinas obrigatórias passará de 3 para 11 no que toca aos bebés. Uma medida que visa também repor a confiança dos franceses neste modo de protecção.

Enfim, COURRIER INTERNATIONAL, destaca a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, que sofreu um grande fracasso na formação do seu governo, devido ao recuso do seu partido nas últimas eleições obtendo uma pequena maioria relativa.

Entolada em negociações políticas, a Alemanha, perde o seu papel de líder na Europa. Emmanuel Macron, tomou a dianteira com o seu projecto de refundação da União. Mas forte ou fragilizado, Berlim está no centro do jogo.

Há alguns anos, os europeus queixavam-se duma Alemanha hegemónica; hoje estão preocupados que o país se concentre nas suas próprias dificuldades, nota COURRIER INTERNATIONAL.

FONTE: rfi