Após maior captação de crowdfunding no país, essa plataforma quer atrair mais startups para investir

Desde 2014 no mercado, a Kria já estruturou a oferta e investiu em mais de 100 startups.

Pioneira entre as ferramentas de crowdfunding para investimentos em startups, a Kria começa o ano com uma nova estratégia para escalar o seu modelo de negócios.

A plataforma funciona como uma espécie de espaço para “vaquinhas”, selecionado as empresas e estruturando um modelo de oferta para que investidores pessoas físicas possam colocar dinheiro em troca de capital por participação acionária.

Com mais de R$ 136,8 milhões captados desde que entrou em mercado em 2014, a empresa pretende estar mais próxima de micro fundos de venture capital e apresentar mais startups a potenciais investidores. Atualmente, a plataforma conta com uma base de 60.000 CPFs. Entre eles, mais de 8.000 já investiram nas mais de 100 startups com ofertas estruturadas pela empresa. O tíquete médio fica em torno de R$ 8.500.

O primeiro parceiro é o Equity Rio, um micro VC criado no estado do Rio de Janeiro. Especializado em investimentos em anjo e pré-seed, o fundo foi criado em 2018 pelos executivos Bruno e Leonardo Pauletti. No portfólio, reúne cerca de 30 investidas como a fintech Iugu e a edtech Driven.

Com o acordo, a Equity Rio vai selecionar startups e apresentá-las para a comunidade da Kria, abrindo oportunidades para investimento em empresas de finanças, saúde, agritech, web3, blockchain e energia. O fundo também se compromete em liderar os aportes nas ofertas públicas das startups.

Como vai funcionar a relação entre as empresas

“No nosso modelo, a Equity Rio compartilha o motivo de estar investindo, faz um processo robusto de diligência, de seleção do empreendedor e dá o carimbo deles. E nós estruturamos a oferta, preparando todos os materiais, os contratos de investimento e a distribuição para a rede de investidores”, afirma Camila Nasser, CEO da Kria desde 2020.

A relação entre as duas empresas começou há cerca de dois anos, a partir de trocas no ecossistema de inovação e também de investimentos em startups como a Question Mark, de iogurtes naturais e à base de plantas, e a Flip Saúde (antiga Axxess).

Com o acordo, a estimativa é de que a Equity Rio apresente uma startup com potencial de investimento a cada dois meses. No histórico, a Kria tem apresentado à sua base uma média de 8 oportunidades anualmente – em 2023, diante de um cenário mais restritivo, esse número caiu e ficou em apenas 3.  

A partir da nova estratégia, a plataforma quer ampliar as captações, compartilhando o papel de curador e de selecionador com os novos parceiros, que também assumem a liderança da rodada. Até então, a Kria entrava em todos os deals, embora não necessariamente como principal aportador.

Quais são os próximos passos

“Quando lá atrás nós decidimos que não seríamos um marketplace é porque não queríamos abrir mão da curadoria. A parceria com o Equity Rio e com esse tipo de player de micro VCs é a forma que encontramos de escalar a curadoria. Nós selecionamos muito bem o nosso parceiro e, dessa forma, conseguimos ampliar, sem abrir mão da curadoria”, afirma Nasser.

Segundo a executiva, a Kria já está em conversas com outros micro VCs e deve fechar o ano com outros quatro parceiros. A expectativa é de validar o modelo ao longo deste ano e avançar para uma estrutura robusta a partir de 2025.

A mudança de postura acompanha a evolução do setor de crowdfunding, modalidade cada vez mais conhecida como um caminho alternativo para que pequenos investidores possam aportar capital em negócios embrionários e de inovação.

Recentemente, a oferta da positiv.a, marca ecológica de produtos de limpeza e autocuidado, registrou a maior captação na história do equity crowdfunding do Brasil. Em pouco mais de dois meses, a empresa obteve  R$ 8, 3 milhões, com recursos oriundos de 188 investidores.

FONTE:

https://exame.com/negocios/apos-maior-captacao-de-crowdfunding-no-pais-essa-plataforma-quer-atrair-mais-startups-para-investir/