Amigas criam startup de benefícios corporativos para mães e pais

Vanessa Simões, Camilla Lopes e Larissa Santana tiveram a ideia de fundar a Mercado Mãe a partir das experiências que tinham como mães no mercado de trabalho. Hoje, também atendem pais e pessoas que desejam adotar.

Vanessa Simões, CEO e cofundadora de Mercado Mãe Divulgação/ Mercado Mãe

Quando foram apresentadas pela médica obstetra que as atendia, Vanessa Simões, Camilla Lopes e Larissa Santana logo perceberam que tinham coisas em comum. As três tinham filhos, seguiam carreira em grandes corporações e desejavam melhorar a experiência de outras mães no mercado de trabalho. Para se ter uma ideia, um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra que quase metade das mulheres deixam o mercado de trabalho até dois anos depois da licença maternidade.

Diante desse cenário e das suas próprias experiências, elas criaram a startup Mercado Mãe, em 2022. Por meio dela, empresas podem oferecer benefícios corporativos pensados para esse público. “A ideia é entregar uma jornada de benefício parental pensada para conectar, acolher e aproximar a relação entre empresa e o funcionário que quer ter um filho”, afirma Lopes. Hoje, ela e Santana atuam como mentoras no negócio, e Simões ocupa o cargo de CEO.

O primeiro benefício oferecido pela startup foi uma caixa de presentes. “Eu olhei para o mercado e comecei a entender que a atenção e todos os presentes iam para o bebê, mas a mãe também surge com o nascimento do filho”, diz Simões. “O nosso diferencial é que nós não damos um mimo para o bebê: nós fornecemos o produto para a empresa mostrar que está cuidando dessa mulher que decidiu ser mãe”, complementa Lopes.

Com o tempo, a startup expandiu o público-alvo e a variedade de kits. Hoje, há nove opções, incluindo uma caixa para homens que serão pais, uma para o retorno ao trabalho após a licença-maternidade e outra para pais e mães que perderam o bebê. “As nossas caixas são experiências. Por exemplo, a primeira caixa, da descoberta da gravidez, inclui uma vela aromática que simboliza a chama que nasce de uma faísca, uma caderneta com post-its para a mãe anotar consultas e lembretes, um óleo de massagem 100% natural e uma carta com dizeres sobre essa nova fase”, conta Simões.

A variedade de benefícios oferecidos também cresceu, e hoje os serviços abrangem três frentes: caixas de presentes, conteúdos com dicas de parentalidade e treinamentos para as equipes das empresas atendidas.

Os conteúdos, enviados aos beneficiários por WhatsApp, são curtos e leves; segundo Lopes, eles refletem as experiências que as fundadoras e outras mulheres tiveram como mães e como profissionais da área, como médicas e enfermeiras. “Eu, por exemplo, falo das caminhadas que fiz durante a gravidez, dos alimentos que consumi, das coisas que me ajudaram. Mas, claro, cada mulher é livre para levar a gestação como quiser, são apenas dicas”, diz.

O pilar de treinamento é voltado à equipe e aos líderes das empresas que contraram o serviço. “Não importa se já tem ou não gestante na equipe: trazemos todas as lideranças para falar sobre o tema de parentalidade, para eles saberem lidar com uma mulher grávida na equipe e até com situações como perda gestacional e casos de gravidez não desejada”, explica Lopes.

Após a contratação do serviço pela empresa, o treinamento é ministrado pela equipe do Mercado Mãe. Depois, os conteúdos são encaminhados aos profissionais de RH, para que possam reproduzi-los quando for necessário. A proposta é que eles sejam atualizados anualmente, e que a startup volte às empresas para ministrar novas palestras.

A startup iniciou sua operação já com grandes clientes, atendendo as marcas Nivea e Eucerin, ambas do grupo Beiersdorf. “A ideia era ter um primeiro cliente para validarmos o modelo e depois expandir”, relembra Lopes. Foi a partir de um feedback da Nivea que a Mercado Mãe ampliou os seus serviços para atender os homens que fossem se tornar pais.

Atualmente, a startup conta com mais duas empresas clientes, o Banco Fibra e a Swile, e modificou os seus produtos para que eles atendam todos os públicos relacionados à parentalidade, como mães e pais de crianças adotadas, casais homoafetivos que desejam adotar e mães e pais que passaram pela perda gestacional.

As empresas que contratam os serviços da Mercado Mãe pagam um valor de R$ 10 mil, voltado aos treinamentos, e uma mensalidade de R$ 220 por beneficiário. Os três produtos oferecidos têm de ser comprados juntos. “Houve casos em que as empresas chamaram a gente para fazer apenas uma palestra, mas o nosso produto não é a palestra, é a continuidade”, conta Lopes.

O site da startup também vende as caixas de presentes para quem deseja presentear pessoas que estão passando por processos de parentalidade, pelo valor de R$ 220. Além disso, Mercado Mãe mantém um blog voltado a mães e pais, com conteúdos como dicas, colunas e indicações de produtos e filmes relacionados ao tema.

FONTE: https://revistapegn.globo.com/mulheres-empreendedoras/noticia/2023/05/amigas-criam-startup-de-beneficios-corporativos-para-maes-e-pais.ghtml