Alphabet abandona projeto de geração de energia por pipas

Alphabet anunciou nesta semana que está se desligando de seu projeto de geração de energia por meio de pipas. A ideia estava em andamento desde 2013, quando a gigante adquiriu a Makani, mas agora, teve sua viabilidade considerada distante e arriscada, o que motivou o fim da parceria de mais de sete anos, que também envolvia a petrolífera Shell.

 A empresa, inclusive, continua na empreitada e, agora, trabalha ao lado da Makani para seguir em frente e obter novos investimentos. De acordo com Fort Felker, CEO da companhia, a Shell é a principal parceira atual para que a tecnologia de pipas de geração de energia continue sendo desenvolvida e explorada. Por outro lado, ele admite que, no momento, não há um caminho claro sobre o que vai acontecer a seguir, mas que acredita em um futuro de energia limpa em que soluções como a sua podem ter espaço.

Quando infladas, as pipas da Makani assumem um aspecto rígido e forte, lembrando um pouco até mesmo os drones militares. Lançadas a partir de plataformas móveis e construídas com materiais leves, os dispositivos são capazes de gerar energia em qualquer lugar onde haja vento, voando a favor dele e maximizando seu potencial de produção energética.

Ao longo dos anos de parceria com Alphabet e Shell, a empresa conseguiu sair de um projeto experimental capaz de gerar 20kW e baseado em equipamentos de kitesurfing para o que chama de “pipa em escala industrial”, com produção de 600 kW de energia. O equipamento da empresa triplicou de tamanho e, de um protótipo, passou a ser pensado de olho nas aplicações práticas e, principalmente, comerciais, que como a constatação da gigante da internet demonstra, é palpável e visível, ainda que distante.

Pipas de geração de energia da Makani são lançadas de plataformas móveis e funcionam em locais onde usinas eólicas tradicionais não podem ser instaladas (Imagem: Divulgação/Makani)

Enquanto isso, a Makani também trabalhava em sua independência, principalmente financeira, ainda que de forma muito próxima com a Alphabet e a Shell. Vem daí a ideia de Felker de que o futuro ainda é um bocado incerto, mas também a expectativa de que novos parceiros apareçam e, principalmente, que a tecnologia de geração de energia eólica seja considerada uma oportunidade viável para produção, principalmente, em locais onde uma usina tradicional do tipo não pode ser instalada.

Enquanto isso, do outro lado, a saída da Alphabet do projeto é parte de iniciativas mais conservadoras da companhia, focadas, principalmente, nas tecnologias mais promissoras. Como apontou uma análise publicada pelo TechCrunch, desde o início de 2010, a empresa investiu em diferentes alternativas de geração de energia, desde as mais tradicionais até ambiciosas, como é o caso da Makani. Em algum momento, logicamente, viriam os cortes e o realinhamento desses aportes, de olho naquilo que a gigante considera ter o maior potencial comercial.

O anúncio do fim da parceria, entretanto, foi feito em publicação do próprio Felker, com a Alphabet ainda não tendo se pronunciado oficialmente sobre o movimento. Outros projetos da gigante, teoricamente, continuam em andamento, mas diante da mesma postura conservadora, não será surpresa se outros projetos ainda em incubação como este acabem tendo o plugue puxado.

FONTE: CANAL TECH